SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

A INFLAMAÇÃO COMO MARCADOR PROGNÓSTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

LARISSA ROSA PASSOS, FILIPE PEREIRA OLIVEIRA , LUDMILA BRAMBATI RIBEIRO, PIETRO D'ALL ORTO LIMA , ANDRESSA CORTELETTI, RENATO GIESTAS SERPA , OSMAR ARAUJO CALIL, LUIZ FERNANDO MACHADO BARBOSA, ROBERTO RAMOS BARBOSA, TIAGO MELO JACQUES
HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - BRASIL

 

INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida
(ICFER) apresenta prevalência crescente nos dias atuais e tem significativo
impacto socioeconômico nos sistemas de saúde. Por acarretar resposta
inflamatória sistêmica, pode ocorrer aumento de proteínas positivas de fase
aguda, como a proteína C reativa (PCR), e redução de proteínas negativas,
como a albumina, e estes mediadores pró-inflamatórios podem se associar à
progressão da doença. O objetivo do presente estudo foi avaliar a inflamação
como marcador prognóstico na ICFER.

MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional unicêntrico realizado entre junho
de 2018 e dezembro de 2019. Dados clínicos e laboratoriais de pacientes
ambulatoriais portadores de ICFER foram obtidos num serviço especializado de
um hospital-escola. Foram excluídos pacientes com internação por ICFER
descompensada nos últimos 30 dias. PCR e albumina foram coletados no
momento da inclusão. A presença de inflamação foi definida como relação
PCR/albumina ≥1,2. Os desfechos analisados foram óbito, internação, número
de internações e número de dias de internação. Foram utilizados os testes de
Wilcoxon, Mann-Whitney e t de student não-pareado.

RESULTADOS: Foram incluídos 77 pacientes, com seguimento médio de 12
meses, sendo 49 (63,6%) com PCR/albumina <1,2 (grupo 1) e 28 (36,4%)
PCR/albumina ≥1,2 (grupo 2). Não houve diferença entre os grupos 1 e 2 em
relação a gênero, média de idade, taxa de uso de betabloqueador, IECA/BRA
ou espironolactona. Observou-se diferença significativa em relação às classes
funcionais I e III entre os grupos (classe I = 57,1% vs 32,1%, p=0,03; classe II =
38,8% vs 50,0%, p=0,33; classe III = 2,0% vs 14,3%, p=0,03; classe IV = 2,0%
vs 3,6%, p=0,68;). Necessitaram de ao menos uma internação no seguimento
seis pacientes do grupo 1 (12,2%) e 10 pacientes do grupo 2 (35,7%) (p=0,01).
A taxa de internações por descompensação foi de, respectivamente, 16,3 vs
50,0 internações a cada 100 pacientes (p=0,0001) e o tempo médio de

permanência hospitalar foi de 1,2 vs 5,3 dias por paciente (p=0,04). A
mortalidade no seguimento foi de 6,1% no grupo 1 vs 7,1% no grupo 2
(p=0,86).

CONCLUSÃO: Pacientes com ICFER e com inflamação demonstrada
laboratorialmente apresentaram risco três vezes maior de internação hospitalar
por descompensação da doença quando comparados aos pacientes sem
inflamação, além de maior tempo médio de permanência hospitalar. A
presença de inflamação não se associou a aumento de mortalidade na ICFER.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo