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INFARTO DO MIOCÁRDIO COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MIOCARDITE NA ARTRITE REUMATÓIDE - UM RELATO DE CASO

Manoella Macedo e Silva, André Luiz Canteri, Renata Della Giustina, Tiago Magalhães
Hospital de Clínicas - UFPR - Curitiba - PR - Brasil

INTRODUÇÃO: As doenças reumatológicas autoimunes estão relacionadas ao aumento do risco cardiovascular. RELATO DO CASO: Feminina, 36 anos, portadora de artrite reumatoide (AR) bem controlada e com histórico de trombose venosa profunda e tromboembolia pulmonar (TEP) prévias. Usava leflunomida, etanercept e varfarina. Internou com dor torácica opressiva, medioesternal, que piorava ao decúbito dorsal, melhorava com a flexão do tronco e que teve início 10 dias antes da admissão. Apresentava, também, dispneia, ortopneia e sinais de insuficiência cardíaca (IC). Seu RNI era subterapêutico. Nova TEP aguda foi excluída. Ecocardiograma evidenciou disfunção sistólica ventricular esquerda, aumento da pressão sistólica estimada da  artéria pulmonar, dilatação das câmaras direitas, refluxo mitral moderado e tricúspide importante. Ressonância cardíaca corroborou esses achados e evidenciou realce tardio subendocárdico, predominantemente nos segmentos inferiores médio e apical do ventrículo esquerdo. Coronariografia não demonstrou coronariopatia obstrutiva e o escore de cálcio tomográfico foi zero. Dissecção e vasculite foram excluídas. Trombo biventricular e intramural extenso na aorta descendente foram evidenciados. Na investigação, confirmou-se síndrome antifosfolípide (SAF). Recebeu alta em bom estado, medicada para IC, anticoagulada com varfarina associada a AAS e estatina. O etanercept foi suspenso. DISCUSSÃO: SAF pode acometer o coração por mecanismo imunológico e/ou trombótico, o que pode levar à alteração valvar, doença coronariana, disfunção miocárdica, hipertensão pulmonar ou presença de trombo intracardíaco (hipercoagulabilidade). Infarto do miocárdio, nesses pacientes, é mais comum em mulheres na quarta década de vida. A isquemia pode acontecer por aterosclerose acelerada, injúria microvascular, disfunção endotelial, trombose endoluminal ou tromboembolia. Trombos intracardíacos são raros e potencialmente fatais, ocorrendo em consequência de microvasculopatia, isquemia e/ou da disfunção miocárdica. Apesar de raro, o etanercept pode causar IC (<1%), motivo pelo qual foi suspenso. Miocardite infecciosa ou autoimune são diagnósticos diferenciais importantes. CONCLUSÃO: infarto do miocárdico pode ocorrer em jovens pacientes e é diagnóstico diferencial importante nos pacientes reumatológicos e o seu reconhecimento e adequado tratamento têm crucial implicação na redução da morbimortalidade.

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