SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Dor e urgência odontológica em paciente com Síndrome de Eisenmenger: Desafios e considerações clínicas

Quispe, RA, Piai,GG, Vivan, RR, Maciel, AP, Manzano, BR, Santos, PSS
Faculdade de Odontologia de Bauru - Bauru - São Paulo - Brasil

Introdução: A Sindrome de Eisenmenger (SE) é uma cardiopatia congênita que consiste na comunicação do septo interventricular. As complicações mais comuns são: dispneia, fadiga, alterações de sangramento e risco de endocardite. Infecções na cavidade bucal podem agravar a condição geral, cardíaca, com risco de  morte. O objetivo deste relato de caso é descrever os desafios e medidas clínicas para o atendimento odontológico ambulatorial (AOA) de um indivíduo com SE. Relato de caso: Homem de 57 anos, ex-pedreiro, com SE, compareceu com marcha lenta, agitado e dispneico. A queixa principal foi “Estou com uma dor insuportável no meu dente e ninguém quer fazer tratamento em mim”. Evolução de 4 dias, exacerbação noturna da dor, irradiada para o lado esquerdo da mandíbula, cessando parcialmente após AOA particular de urgência sem uso de anestesia. Relatou que por vários meses procurou AOA, sem sucesso. Em uso de sildenafil, anlodipino, hidrocortiazida e marevan. O exame físico intraoral e exames de imagem identificaram 4 focos infecciosos, revelando cárie com comprometimento pulpar no 2º molar inferior esquerdo, com dor à percussão vertical e horizontal. Os demais dentes apresentaram: cárie profunda assintomática, tratamento endodôntico insatisfatório e reabsorção radicular externa. Todos com indicação de tratamento endodôntico (TE) realizados em sessão única para cada dente. Foi solicitado exames de TP e TTPA. A profilaxia antibiótica foi realizada com 2g de amoxicilina 2 horas antes do AOA. Observou-se RNI-1,15 nos primeiras 3 atendimentos e de 1,25 no último atendimento. O AOA foi realizado sempre na posição ortostática, com oxigenioterapia que variou de 2 a 4 L/min ajustada de acordo à necessidade, e monitoramento por oximetria de pulso. A pressão arterial antes de cada TO variou de 130/80 a 140/80 ppmmHg com saturação de O2 de 85 a 87%. Durante o TE, a pressão arterial manteve-se nos mesmos parâmetros iniciais, porém, com o uso de oxigenoterapia, a saturação de O2 variou entre 95 a 98%. Através das medidas de suporte e controle de sinais vitais, o paciente se manteve estável e sem intercorrências durante as 4 seções de AOA e sem sinais de endocardite no pós-TO. Considerações finais: O AOA de indivíduos com SE é desafiante, porém possível de ser realizado com segurança. A utilização de medidas de suporte como o uso de oxigenioterapia, controle de sinais vitais, antibioticoprofilaxia, realização de seções curtas e em posição ortostática, diminuem o desconforto e a possibilidade de intercorrências.

 

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo