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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Uso do balão intra-aórtico como terapia de ponte para o transplante cardíaco

Gustavo A B Boros, Vanessa S C Bellini, Daniel Fatori, Claudia Bernoche, Milena F Macatrao-Costa, Leonardo N G D Lopes, Fernando Bacal, Whady Hueb, Liliane Kopel, Silvia G Lage
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: O papel do balão intra-aórtico (BIA) no tratamento da insuficiência cardíaca (IC) avançada ainda é um tema em discussão. Alguns pacientes em lista de espera para transplante cardíaco (TxC) necessitam de suporte mecânico, e o BIA pode ser um dispositivo eficiente e economicamente acessível.

Objetivo: Avaliar o impacto do BIA como terapia de ponte para TxC em pacientes com IC avançada.

Métodos: Este foi um estudo retrospectivo, unicêntrico, onde foram incluídos pacientes com IC avançada submetidos ao TxC entre 2009 e 2018 e que utilizaram o BIA como terapia de ponte. Todos estavam sob cuidados intensivos e em uso de drogas vasoativas otimizadas antes da indicação do BIA. Os critérios de exclusão foram infarto agudo do miocárdio ou cirurgia cardíaca 90 dias antes da admissão, e implante de dispositivo de assistência ventricular antes do TxC.

Resultados: Foram incluídos 134 pacientes submetidos ao TxC em que se utilizou o BIA como suporte mecânico. O local de inserção foi exclusivamente femoral. O tempo médio entre a passagem do BIA e o TxC foi de 26 ± 21 dias, e da internação hospitalar até o TxC de 65 ± 45 dias. A principal etiologia da miocardiopatia foi a Doença de Chagas (46%), e a média da FEVE foi de 23 ± 6% (TABELA 1). Os dados clínicos e laboratoriais foram comparados antes e 96 horas após a terapia com BIA. A média da saturação venosa central de oxigênio (SvO2) aumentou de 49,7 ± 14,6% para 67,4 ± 11,3% (p<0,001), a creatinina reduziu de 1,77 ± 0,9 mg/dL para 1,40 ± 0,6 mg/L (p<0,001), e o débito urinário aumentou de 1552 ± 886 mL/24h para 2189 ± 1029 mg/24h (p<0,001). Essas diferenças foram mantidas até o dia anterior ao TxC (FIGURA 1). Após 96 horas, o uso de dobutamina foi mantido em 98% dos pacientes, o de nitroprussiato aumentou de 56% para 67%, o de milrinone diminuiu de 26% para 20%, e a de noradrenalina diminuiu de 18% para 3%. Complicações relacionadas ao BIA foram raras (5,2%, n=7: 3 infecções, 2 sangramentos importantes, 2 lesões arteriais).

Conclusão: Nesta amostra unicêntrica de pacientes críticos, a utilização do BIA melhorou o estado hemodinâmico e a função renal dos pacientes com IC avançada aguardando TxC. O BIA pode ser uma terapia de ponte eficaz e disponível.  

 

 

 

 


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