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INSUFICÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA: O IMPACTO DA SUSPENSÃO DOS MEDICAMENTOS CRÔNICOS REDUTORES DE MORTALIDADE

Colodete IA, Devens GL, Gonçalves MD, Martins TSD, Lima PD, Serpa RG, Calil OA, Barbosa RR, Barbosa LFM
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - Vitória - ES - Brasil, Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória - Vitória - ES - Brasil

INTRODUÇÃO: O manejo clínico medicamentoso ambulatorial de pacientes com insuficiência cardíaca (IC) é fundamental para redução de mortalidade relacionada a esta doença. Na IC descompensada, é recomendada a manutenção das drogas redutoras de mortalidade sempre que possível, porém observa-se frequentemente a suspensão inadvertida das mesmas. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da suspensão das medicações redutoras de mortalidade na IC durante internação por descompensação.

MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional unicêntrico realizado entre 14/12/2016 e 01/02/2020, com inclusão de pacientes internados por IC descompensada. Foram excluídos os pacientes sem diagnóstico prévio de IC e sem uso das medicações recomendadas para aumento da sobrevida. Os pacientes foram comparados quanto à suspensão ou não das drogas redutoras de mortalidade na IC (betabloqueadores, IECA ou BRA ou sacubitril/valsartana, espironolactona) durante a hospitalização. Foram analisados como desfechos a ocorrência de óbito intra-hospitalar, insuficiência renal aguda (IRA), necessidade de ventilação mecânica (VM) durante a internação e tempo de internação.

ANÁLISE ESTATÍSTICA: A análise estatística utilizou os testes de Wilcoxon, Mann-Whitney e t de student não-pareado. RESULTADOS: Foram incluídos 99 pacientes, 47,5% do sexo masculino, média de idade 65,4 ±14 anos, fração de ejeção média 38,3 ±15%. Do total, 62 pacientes (62,6%) constituíram o grupo em que as medicações de uso crônico foram mantidas vs 37 pacientes (37,4%) o grupo em que os fármacos foram suspensos. O perfil C ou L foi observado em 11,3% no grupo manutenção vs 32,4% no grupo suspensão (p=0,008). Em relação aos desfechos, a comparação entre os grupos suspensão vs manutenção dos medicamentos demonstrou mortalidade de 9,7% vs 27% (p=0,02), IRA 35,5% vs 29,7% (p=0,55), tempo médio de internação 16,8 dias vs 20,6 dias (p=0,15) e necessidade de VM 14,5% vs 35,1% (p=0,01).

CONCLUSÃO:  A descontinuação do tratamento medicamentoso da IC durante a descompensação se associou a aumento de mortalidade intra-hospitalar,  aumento da incidência de IRA e da necessidade de VM. Observou-se maior proporção de descompensações em perfil C ou L no grupo suspensão, mas com maioria de perfil B em ambos os grupos. Devem ser mantidos os medicamentos redutores de mortalidade utilizados em caráter ambulatorial durante o quadro de descompensação da IC, sob o risco de aumento da morbimortalidade, e a necessidade de suspensão por motivos clínicos deve ser encarada como marcador de mau prognóstico.

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