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Perfil INTERMACS como preditor de risco de óbito intra-hospitalar após transplante cardíaco

Robson de Souza Almeida Junior, Gabriela Z. L. Ruiz, Juliana Scotellaro Diniz, Marcos L. D. de Castro, Brígida Maciel Nunes, Caio M. Teófilo de Moraes, Paulo Henrique Nogueira Costa, Renato Bráulio, Cláudio Leo Gelape, Gabriel Assis Lopes do Carmo
Hospital das Clínicas/UFMG - Belo Horizonte - MG - Brasil

Fundamento: A classificação Interagency Registry for Mechanically Assisted Circulatory Support (INTERMACS) é uma forma de avaliar prognóstico de pacientes com Insuficiência Cardíaca (IC). É dividida em categorias de 1 a 7, sendo os perfis 1 e 2 os pacientes em estado mais crítico, nos quais o transplante cardíaco (TxC) teria um risco perioperatório muito desfavorável. Embora não tenha sido criada para definir critérios para TxC, pode ser útil na avaliação clínica e prognóstica no momento da definição terapêutica da IC refratária.  Avaliamos, portanto, a correlação entre os perfis INTERMACS de cada paciente e o risco de óbito intra-hospitalar após TxC.

Métodos: Coorte retrospectiva, composta por 95 pacientes transplantados em hospital universitário federal de Minas Gerais, de Dezembro/2016 a Julho/2019. Realizada análises uni e multivariadas.

Análise estatística e Resultados: A maioria dos pacientes (73 - 76,8%) transplantados no período estavam priorizados na lista de espera.  45 pacientes (47,4%) se encontravam nos perfis INTERMACS 1 e 2, sendo considerados, portanto de risco perioperatório aumentado para o TxC. A fração de ejeção média dos pacientes submetidos a TxC foi 24%. A Doença de Chagas foi a etiologia mais frequente correspondendo a 41,1% dos pacientes, seguida pela Idiopática (21,1%) e Isquêmica (14,7%). Foram constatados 13 (13,6%) óbitos intra-hospitalares na amostra, sendo que desses, 10 (10,5%) encontravam-se em perfil INTERMACS 1 e 2. Análise univariada mostrou correlação entre óbito intra-hospitalar e perfil INTERMACS 1 e 2 (OR=4,476, IC95%=1,146-17,482, p=0,022). Após análise multivariada dos dados, o perfil de pacientes INTERMACS 1 e 2 foi considerado um fator preditor de óbito nessa coorte (OR=4,908, IC95%=1,199-20,094, p=0,027), juntamente com a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (OR=1,048, IC95%=1,004-1,094, p=0,031). A análise de Hosmer-Lemeshow mostrou adequação do modelo (p=0,920).

Conclusão: Embora a coorte estudada seja pequena, podemos observar que os perfis INTERMACS 1 e 2 trazem correlação com mortalidade intra-hospitalar, demonstrando o alto risco perioperatório desses pacientes. Entretanto, não há em nosso sistema de saúde alternativa terapêutica para esses pacientes, já que dispositivos de assistência ventricular de longa duração não estão disponíveis em nossa realidade. A mortalidade encontrada é, portanto, concordante com o descrito na literatura.

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