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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Eficácia da administração de antiinflamatorio não esterioidal comparada à terapia com antioxidantes em modelo experimental de doença de Chagas

Túlio Pereira Alvarenga e Castro, Rômulo Dias Novaes, Eliziária Cardoso dos Santos
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Diamantina - Minas Gerais - Brasil

INTRODUÇÃO: Tem sido sistematicamente demonstrado que elementos reativos de oxigênio e nitrogênio (ERONs) estão diretamente relacionados com a fisiopatologia da doença de Chagas, causada pelo Trypanosoma cruzi. A associação de agentes quimioterápicos, antiinflamatórios e antioxidantes apresenta controvérsias, embora seja benéfica para atenuar os danos causados pelos ERONs e o remodelamento patológico na cardiomiopatia chagásica. Assim, este estudo foi direcionado para comparar a relevância do ibuprofeno, vitamina C e E no controle do estresse oxidativo/nitrosativo nas doenças cardíacas em camundongos infectados pelo T. cruzi. MÉTODOS: Setenta camundongos Swiss foram randomizados em cinco grupos experimentais: controle; não infectado; infectado sem tratamento; e infectados tratados com vitamina C, vitamina E e ibuprofeno. Quatro dias após a infeção por T. cruzi - 2000 parasitas tripomastigotas de cepa Y – os tratamentos foram administrados via intraperitonial. Após 20 dias, os animais foram eutanasiados e o coração foi coletado. Fragmentos ventrículo esquerdo foi seccionado e imersos em solução fixadora para análises morfológicas. Outro fragmento de tecido cardíaco foi homogeneizado em solução tamponada e utilizado para análise de estresse oxidativo, citocinas e prostaglandinas. RESULTADOS: Os animais infectados apresentaram miocardite intensa e dano ao tecido reativo, correlacionado diretamente com a intensidade do infiltrado inflamatório e o grau patológico de remodelamento cardíaco. Os infectados e não tratados apresentaram níveis altos de TBARS, PCN e NO, enquanto foram reduzidos no grupo de animais tratados com ibuprofeno. As vitaminas C e E demonstraram um aumento da atividade antioxidante enzimática, enquanto o ibuprofeno reduziu a atividade de todas as enzimas. Somente o ibuprofeno foi efetivo na redução das citocinas IFN-γ, TNF-α, IL-10 e quimiocina CCL-2. O grupo infectado e não tratado apresentou redução dos níveis de vitaminas e aumento nos níveis cardíacos de PGF2α. Enquanto a suplementação de vitamina C e E preveniu a redução dessas, o ibuprofeno reduziu os níveis cardíacos de PGF2α nos animais infectados. CONCLUSÕES: Os resultados não suportam a aplicabilidade da suplementação de vitamina C e E no tratamento da cardiomiopatia chagásica aguda. Contudo, com a análise do infiltrado inflamatório, a terapia antiinflamatória mostrou-se uma estratégia mais racional do que a terapia antioxidante direta na atenuação do estresse oxidativo / nitrosativo e do dano cardíaco nos animais experimentais.

 

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