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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

SÍNDROME DE WELLENS: UM PADRÃO PARA LEMBRAR E VALORIZAR

Thiago Silva, Pricila Rocha Coelho, Olivia Pedro Amorim, Luiza Schettino Pereira, Isadora Figueiredo Vieira, Felipe Guimarães Machado, Fernando Almeida Noé, Cássio dos Santos Nunes, Wilson Coelho Pereira Neto, Fredwilson de Souza Costa
Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora - Juiz de Fora - MG - Brasil

Introdução: A síndrome de Wellens (SW) é caracterizada por um padrão eletrocardiográfico associado a uma estenose crítica da artéria descendente anterior (a. DA), que progride para infarto do miocárdio (IAM) anterior extenso na maioria dos casos. Por este motivo, seu conhecimento e alta suspeita clínica para o diagnóstico são fundamentais para evitar consequências catastróficas.

Caso Clínico: Homem, 61 anos, branco, portador de hiperuricemia, não tabagista. Nega doença arterial coronariana (DAC) prévia conhecida, histórico familiar de DAC precoce ou outras comorbidades. Procurou atendimento médico de urgência por precordialgia de forte intensidade, em opressão, irradiada para membro superior esquerdo, iniciada ao repouso, com duração de 30 minutos, associada a sudorese profusa. Realizada dosagem única de troponina com resultado negativo e eletrocardiograma (ECG) dentro da normalidade, sendo liberado do atendimento. Já assintomático e em consulta ambulatorial após 48 horas do evento, realizou novo ECG que identificou onda T profundamente invertida e simétrica nas derivações V2, V3 e V4 (figura 1). Ecocardiograma com função ventricular global preservada e ausência de alterações isquêmicas. Submetido à cineangiocoronariografia que mostrou lesão suboclusiva (99%) do terço proximal da a. DA (figura 2), sendo realizada angioplastia coronariana com sucesso. Paciente liberado 2 dias após e assintomático.

DiscussãoEvidenciado por elevação mínima ou inexistente de enzimas cardíacas, elevação mínima ou inexistente do segmento ST (<1 mm), ausência de ondas Q patológicas e ondas T bifásicas nas derivações V2 e V3 (tipo 1) ou ondas T profundas, simétricas e invertidas nas derivações V2 e V3, ocasionalmente V1, V4, V5 e V6 (tipo 2), o espectro da SW está associado à iminência de IAM anterior extenso. Por isso, os pacientes devem ser encaminhados para estudo hemodinâmico. A conduta conservadora não exibe boa performance, requerendo intervenção para o tratamento definitivo. Tais pacientes encontram-se assintomáticos quando as alterações eletrocardiográficas estão presentes, o que pode dificultar seu reconhecimento pelos emergencistas. A desvalorização da clínica e desconhecimento da SW pode associar-se a desfechos desfavoráveis, incluindo morte súbita.

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