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Complicação tardia relacionada à perda de cobertura angiográfica: Relato de caso

Colombo NC, Scopel GS, Moreno CPD, Mioto BM, César LAM, Gowdak LHW
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Perda de cobertura angiográfica corresponde ao não recobrimento de toda a placa aterosclerótica com o stent, com consequente proliferação neointimal nas bordas do stent, além da progressão natural da placa aterosclerótica. Descrevemos abaixo caso de reestenose de borda proximal de stent em artéria descendente anterior (DA) proximal com extensão ao tronco de coronária esquerda (TCE) por perda da cobertura angiográfica.

Relato de caso: Mulher, 55 anos, hipertensa, diabética, ex-tabagista, com doença renal crônica (clearance de creatinina de 38 mL/min) e infarto agudo do miocárdio prévio com disfunção ventricular (FE 25%) e insuficiência mitral importante secundária. Além disso, história de angioplastia de DA proximal com stent farmacológico no contexto de novo infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) há 5 meses. Manteve-se assintomática após angioplastia, porém no último mês evoluiu com dispneia CF III/NYHA e dor torácica, sendo novamente diagnosticada com IAMSSST. Cateterismo cardíaco evidenciou lesão obstrutiva de 80% na borda proximal do stent com extensão para TCE, onde determinava obstrução de 70%. Apresentava também lesões obstrutivas em território de artéria circunflexa e coronária direita, sendo então programada cirurgia de revascularização miocárdica (CABG). Antes do procedimento, evoluiu com choque cardiogênico com necessidade de droga vasoativa e balão intra-aórtico como ponte para cirurgia. Realizado CABG e plastia mitral, porém evoluiu com choque refratário e óbito no 2º dia de pós-operatório.

Discussão: A perda de cobertura angiográfica é dificilmente diagnosticada com angiografia convencional, sendo necessária complementação com outros métodos para diagnóstico, como ultrassom intracoronário (IVUS) ou tomografia intracoronária (OCT). Estes métodos complementares, porém, estão indisponíveis pelo SUS e, assim como no caso que relatamos, pacientes ficam mais sujeitos a complicações como reestenose em borda de stent. No caso desta paciente, houve acometimento de TCE e consequente choque cardiogênico refratário e desfecho desfavorável.

Conclusão: Reestenose de stent relacionada à perda de cobertura angiográfica pode evoluir de forma grave como a relatada e os novos métodos disponíveis com IVUS e OCT podem prevenir essa complicação.

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