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Valvopatia tricúspide reumática extemporânea de evolução tardia

Isis dos Santos Mockdece, Vitor Emer Egypto Rosa , Marcelo Kirschbaum, Gustavo Alonso Arduine, Flávio Tarasoutchi, Juliana Maria Martins Papaléo Paes, Natalie Christine Braz Fernandes
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A doença valvar tricúspide reumática (DRVT) é uma condição rara mesmo em locais com alta prevalência de doença reumática e está quase sempre associada com doença reumática da valva mitral (DRVM). O quadro clínico é pouco característico. O diagnóstico é na presença de uma dilatação importante do átrio direito, abertura em domo com fusão comissural da valva tricúspide, podendo ter gradientes baixos que se elevam com infusão de salina endovenosa, sendo geralmente associado à insuficiência moderada a importante da mesma.

Relato de caso: SJS, 43 anos, história de febre reumática na infância, troca valvar com prótese mecânica em válvula mitral e aórtica em 2011 e fibrilação atrial em anticoagulação com varfarina, se manteve sem seguimento por 4 anos. Admitida em ambulatório especializado em valvopatias com queixa de dispneia com piora progressiva há 2 anos. Associado ao quadro, apresentava edema de membros inferiores, ortopneia, dispnéia paroxística noturna e dor torácica atípica. Ao exame físico apresentava sinais de congestão direita. Apresentava também tontura intermitente e um episódio de síncope sem pródromos há 1 ano. Ecocardiograma (ECO) evidenciou função ventricular preservada, prótese mecânica  mitral com boa função e gradiente diastólico médio de 5mmHg e prótese aórtica com gradiente sistólico médio de 25mmHg com boa mobilidade de seus discos. Na avaliação da valva tricúspide foram evidenciados sinais de comprometimento reumático, gradiente diastólico médio estimado em 6 mmHg, com estenose importante e insuficiência de grau moderado, caracterizando dupla lesão tricúspide de origem reumática. Assim, como  a paciente apresentava sintomas na vigência de estenose tricúspide importante, indicada intervenção de troca valvar cirúrgica por bioprótese.

Figura 1: ECO com Doppler contínuo de 10/12/2019 com gradientes da estenose tricúspide.

Discussão: O caso descreve uma evolução extemporânea tardia da DRVT, após 8 anos da troca valvar mitral e aórtica . Apesar de o quadro clínico da DRVT ser geralmente subclínico devido a predominância dos sintomas da DRVM presente concomitante, essa paciente apresentou piora clínica por progressão da doença reumática tardiamente na válvula tricúspide, com demais próteses sem disfunção.

Conclusão: A DRVT é uma manifestação rara de cardiopatia reumática. No caso descrito, a evolução extemporânea tardia da valvopatia tricúspide revela quadro ainda mais atípico e de difícil diagnóstico, sugerindo necessidade de alta suspeição clínica frente pacientes sintomáticos com antecedente de febre reumática.

 

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