Introdução: Em dois relatórios da Organização Mundial da Saúde em conjunto com a Federação e Sociedade Internacional de Cardiologia, em seus Consensos (Task Force de 1980, modificado em 1995), a definição dada às cardiomiopatias foi de doença do miocárdio relacionada à disfunção cardíaca, podendo ser classificada de seis diferentes maneiras: dilatada, hipertrófica, restritiva, arritmogênica do ventrículo direito, específica e não classificadas. Objetivo: Analisar a mortalidade por cardiomiopatias nas 6 regiões do município de São Paulo no ano de 2017 relacionando esses dados com variáveis sociais. Métodos: O estudo realizado trata-se de uma pesquisa epidemiológica, descritiva, transversal e retrospectiva. Os dados apresentados foram coletados do banco de Informações de Saúde do DATASUS (TABNET) do ano de 2017, sendo as variáveis utilizadas sexo, cor/raça, idade e escolaridade. Resultados: No ano de 2017 foram registrados 1.057 óbitos por cardiomiopatias no município de São Paulo, sendo 62,2% homens e 37,8% mulheres. As regiões de destaque foram: sudeste, com o maior número de mortes, representando um total de 23,9% e em contrapartida, a região central, com a menor taxa, representando 4,9% dos óbitos. Quanto às outras regiões: leste, 20,4%; norte, 21,2%; oeste, 10,8% e sul, 17%. Com relação aos dados sociais,foi evidenciado que a raça branca foi a mais acometida já que representou 679 mortes (64,2%), seguindo a ordem, a parda (24,3%),a preta (8,6%),a amarela (2,2%) e a indígena (menos de 1%).Observou-se ainda que não houve uma correlação direta do aumento da idade com o aumento de número de casos até os 29 anos, entretanto, após essa idade, essa relação se estabeleceu, quanto maior a idade, mais casos de óbito por cardiomiopatia foram apresentados. Ademais, ressalta-se uma quantidade relevante de mortes a partir dos 75 anos, sendo equivalente a 35,1%. Conforme os dados de escolaridade, aqueles que estudaram de 4-7 anos tiveram os maiores índices, 289 casos, enquanto aqueles que tiveram um tempo de escolaridade maior, 12 anos ou mais, tiveram 79 óbitos.Conclusão: A mortalidade no município de São Paulo por cardiomiopatias em 2017, ocorreu com uma maior prevalência na região sudeste, em pessoas do sexo masculino, da raça branca, em idosos e nos menos escolarizados. A partir desse resultado, o rastreamento da doença pode ser facilitado para os serviços de saúde. Entretanto, ainda é necessária uma melhora na prevenção e no cuidado dos acometidos para que a taxa de mortalidade diminua frente de medidas interventivas rápidas.