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Desenvolvimento de um escore de estratificação de risco para pacientes em terapia de ressincronização cardíaca com base em preditores sociais por avaliação multiprofissional.

RODRIGO MOREL VIEIRA DE MELO, LUIZ CARLOS SANTANA PASSOS, TAINA VIANA, WILLIAM CARVALHO, CLARA FIGUEIREDO
Hospital Ana Nery - Salvador - Bahia - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - SALVADOR - BAHIA - BRASIL

Fundamentação: A terapia de ressincronização cardíaca (TRC) demonstrou reduzir a morbimortalidade em pacientes selecionados com insuficiência cardíaca sistólica (IC). No entanto, esforços têm sido feitos para identificar corretamente os pacientes que mais se beneficiam com essa terapia. A avaliação de uma equipe multiprofissional para candidatos a TRC pode contribuir para a melhoria dos resultados.

Objetivo: Desenvolvimento de uma pontuação de estratificação de risco da TRC com base em preditores sociais.

Métodos: Coorte prospectiva realizada entre maio de 2017 e setembro de 2019, incluindo pacientes com IC com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) inferior a 35% e com indicação para TRC. Os pacientes foram avaliados antes do implante do dispositivo por uma equipe multidisciplinar que analisou quatro preditores sociais para um desfecho desfavorável (baixa adesão à medicação, presença de riscos psicossociais, baixa renda familiar e baixo nível de escolaridade). O escore social foi calculado pela soma aritmética simples do número de preditores presentes em cada paciente. A mortalidade por todas as causas foi avaliada 1 ano após o implante da TRC.

Resultados: 93 pacientes foram avaliados com seguimento médio de 1,0 (± 0,6) ano. 51 (54,8%) eram do sexo masculino, com idade média de 57,9 (± 12,2), com FEVE média de 24,1 (± 8,5) e Maggic scoreem 1 ano de 17,9 (± 11,6). A doença de Chagas foi a causa mais prevalente de pacientes com IC, sendo 29 (31,2%) pacientes e 29 (31,2%) tinha uso de terapia combinada com cardioversor-desfibrilador implantável. A mortalidade geral em 1 ano foi de 28 (30,1%). A análise multivariada mostra que o escore social e a doença de Chagas foram independentemente associados à mortalidade em 1 ano, RR: 1,7, IC 1,3-2,3; p <0,0001 e RR: 2,9, IC 1,3-6,6; p = 0,01, respectivamente. A mortalidade aumentou significativamente à medida que a pontuação social aumentou: 5,4% para uma pontuação de 0, 33,3% para 1 ponto; 50% para 2 pontos; 63,6% para 3 pontos; 62,5% para 4 pontos; p <0,0001, Log-Rank (figura 1).

Conclusão: O escore social pode representar uma ferramenta simples de prognóstico que pode ser empregada de maneira útil em candidatos a TRC, especialmente em países em desenvolvimento. O uso de uma equipe multiprofissional para avaliar pacientes candidatos à TRC pode ajudar a identificar corretamente os pacientes que podem se beneficiar mais da terapia.

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