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Identificação da terminalidade em cardiologia e indicação de CP: o cardiologista está preparado?

Daniel Battacini Dei Santi, Fernanda Bastos, Carolina Corritori Coviello, Bruna de Almeida Cristofolini, Laura Mestriner Tavares de Carvalho, Brenda Katherin Correa Lisboa , Julee Quispe, Ricardo Tavares de Carvalho
Núcleo de Cuidados Paliativos HCFMUSP - São Paulo - SP - Brasil

INTRODUÇÃO Em 2014, a Organização Mundial da Saúde demonstrou que as doenças cardiovasculares representam a maior parcela de doenças que levam à necessidade de Cuidados Paliativos  (CP) no fim da vida (38,47%), superando, isoladamente, enfermidades como o câncer. Há indícios de que o cardiologista tem dificuldade em reconhecer a terminalidade e indicar CP. nesses casos. Faz-se necessário dados objetivos que confirmem essa hipótese.

  

MÉTODOS Foram coletados dados demográficos e clínicos de todos os pacientes internados em um centro universitário especializado em cardiologia, em um dia. Em paralelo, foram entrevistados médicos cardiologistas (C), que assistiam os pacientes. A entrevista consistiu de uma impressão subjetiva sobre a indicação de CP e de quatro perguntas simples com respostas de sim ou não, a respeito de cada paciente que assistia e que os  classificavam em perfis: doença em evolução (I), doença avançada (II), terminalidade (III) e fase final de vida (IV). Em seguida, um médico paliativista (P), com acesso ao mesmos dados clínicos respondeu o questionário. Compararou-se a percepção dos profissionais das duas áreas de acordo com a classificação (perfil), atribuído a cada pct. P considerou III/IV indicação de CP.

 

RESULTADOS Foram avaliados 242 pcts (90% dos pcts internados). Mediana de idade de 62 anos. 134 homens e 108 mulheres. A mediana do tempo total de internação foi 23 dias. 106 internações eram eletivas e 136 de urgência. 34 pcts faleceram durante a internação. A doença de base prevalente foi a doença arterial coronariana (56 pcts, 23,14% do total). 68 pcts (28%) foram internados para realização de cirurgias e 36 por insuficiência cardíaca descompensada (14,8%). 53% dos pcts estavam alocados em leitos de enfermaria e 45%, em PS/UTI.

Nas respostas ao questionário C  e P classificaram, nos perfis III/ IV,  146 e 93 pcts, respectivamente. Destes, evoluíram a óbito, em cada grupo,  33 (22,6%) e 30 (32,3%) dos pcts, respectivamente. Perguntados sobre “se indicariam CP para os pacientes”, C indicaria em 84 pcts do total (34%). No entanto, foram indicados, de fato, para CP apenas 14 pcts (9,6%). 

 

CONCLUSÃO: Em uma amostra de pcts, clínicos e cirúrgicos, há uma discordância entre a percepção objetiva (questionário) e subjetiva, do cardiologista, sobre a indicação de CP. Além disso, a indicação de CP, mesmo havendo disponibilidade de P, de fato acontece em um número bastante menor do que seria esperado por essas percepções. É desejável a interação maior entre equipes de C e P para melhor condução da terminalidade em cardiologia. 

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