Introdução: Os cuidados pós-infarto agudo do miocárdio são cruciais para prevenir os principais eventos cardiovasculares adversos recorrentes. Identificar preditores de risco modificáveis ajuda a controlar o risco residual de sobreviventes das síndromes coronarianas agudas (SCA).
Objetivo: Este estudo investigou os preditores de eventos cardiovasculares recorrentes após episódio de SCA.
Métodos. Coorte prospectiva de centro único entre junho de 2017 e janeiro de 2019 de Salvador-Brasil. Os pacientes eram elegíveis se tivessem uma síndrome coronariana aguda nos últimos 12 meses e com idade> 18 anos. As variáveis demográficas e clínicas foram coletadas prospectivamente. O desfecho composto primário foi morte cardiovascular, infarto agudo do miocárdio não fatal e acidente vascular cerebral isquêmico. Os desfechos secundários foram hospitalização cardiovascular, revascularização do miocárdio e morte por todas as causas. A análise multivariada utilizando o modelo de regressão de Cox foi realizada, incluindo variáveis que apresentaram valor preditivo de valor de P <0,10 na análise univariada.
Resultados: 223 pacientes foram avaliados com um seguimento médio de 457 (± 189) dias. 130 (58,5%) eram do sexo masculino, idade média de 61,1 (+ -11,9) e LDL-colesterol médio de 84,7 (+ -38,6). A incidência de desfechos primários foi de 17 (7,6%) pacientes, sendo 9 (4%) de infarto agudo do miocárdio, 6 (2,7%) de AVC isquêmico e 4 (1,8%) de morte cardiovascular. Após análise multivariada, os preditores para a ocorrência do desfecho primário foram falha na realização da intervenção coronariana, RR: 4,5; IC 1,4-14,2, p = 0,01 e angina CCS III ou IV, RR: 3,3: IC 1,1-10,6, p = 0,04.
Conclusão: Angina grave está independentemente associada a eventos cardiovasculares maiores após 1 ano nas síndromes coronárias agudas, portanto deve ser controlada de forma agressiva nestes pacientes