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Desnutrição em pacientes ambulatoriais com insuficiência cardíaca: prevalência, fatores de risco e impacto em 6 meses

Ana Karyn Ehrenfried de Freitas, Amanda Licheski Contini, Angela Guzzo Lemke, Catharine Harumi Konno, Flávia Centenaro de Oliveira, Giovanna Voigt Pisconti Machado, Leonardo Akira Gondo, Victoria Marzagão Ribeiro Pagliosa, Lídia Ana Zytynski Moura, Marcely Gimenes Bonatto
PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ - - PR - BRASIL

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença de grande prevalência que  vem aumentando sua incidência ao longo dos anos, com grande impacto na saúde da população. Com a tentativa de melhorar a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes, alguns estudos têm se concentrado no conhecimento da fisiopatologia da doença e de fatores de impacto prognóstico, sendo o estado nutricional, especificamente a desnutrição, um dos alvos.

Objetivos: Avaliar a prevalência, fatores de risco e impacto  da  desnutrição em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER).

Métodos: Estudo transversal e prospectivo realizado com pacientes ambulatoriais portadores de ICFER através de questionários aplicados ao paciente para análise de dados epidemiológicos, medicamentos em uso e porcentagem da dose alvo tolerada das medicações preconizadas para IC. Além disso, os pacientes eram avaliados por nutricionista através da aplicação do mini nutrition assessment (MNA) e da avaliação subjetiva global. Segundo esses, o paciente era classificado em sobrepeso, obeso, bem nutrido, moderadamente desnutridos e severamente desnutridos e, posteriormente, reclassificado em desnutrido (aqueles com algum grau de desnutrição, incluindo os obesos sarcopênicos) e não desnutrido, para análise de prevalência da desnutrição e fatores de risco associados. Por fim, foi realizado seguimento por 6 meses através de análise de prontuário e contato telefônico.

Resultados: Foram incluídos 118 pacientes, no período de janeiro a setembro de 2019, sendo a maioria homens (67,8%), com uma idade média de 61±11 anos. A prevalência de desnutrição nessa população foi de 21,2%, a maioria em idosos, com classe funcional mais avançada e menos tolerantes aos betabloqueadores (em média, 79% da dose alvo nos individuos sem desnutrição x 57,9% nos desnutridos, p=0,002). A taxa de mortalidade teve uma tendência maior entre os desnutridos (14% dos desnutridos x 4% dos não desnutridos, p=0,082), mas sem diferença no número de internamentos ou procura ao atendimento de emergência entre os grupos.

Conclusão: A prevalência de desnutrição entre os pacientes com IC é alta e está associada a menor tolerabilidade à betabloqueadores e a tendência de aumento de mortalidade. Sendo assim, reconhecer a existência da correlação entre a menor tolerância ao betabloqueador e a desnutrição se torna essencial para adequado manejo nutricional e melhores desfechos no tratamento da IC.

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