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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

O uso perioperatório de inibidores do sistema renina-angiotensina e resultados a curto prazo em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca

RODRIGO MOREL VIEIRA DE MELO, TAINA VIANA, LUCAS DANZIATO, MARIA TEREZA FERNANDES, LUCAS ALCANTARA, MANOEL BARBOSA, FABRICIO CONCEICAO, SAINT CLAIR DOS SANTOS, PALOMA DE MELO, LUIZ CARLOS SANTANA PASSOS
Hospital Ana Nery - Salvador - Bahia - Brasil

Fundamentação: Existe controvérsia se o uso de inibidor da enzima conversora de angiotensina (iECA) ou uma terapia bloqueadora de receptores da angiotensina (BRA) no pré-operatório está associado com resultados adversos após cirurgia cardíaca. Diretrizes atuais afirmam ser incerta a segurança da administração pré-operatória destes medicamentos devido às possíveis consequências deletérias de hipotensão no peri-operatório.

 

Objetivo:Determinar o efeito da terapia pré-operatória com IECA ou BRA nos desfechos a curto prazo da cardíaca cirurgia.

 

Métodos: Coorte prospectivo de centro único entre janeiro 2018 e Dezembro de 2019. Os pacientes eram elegíveis se foram submetidos à cirurgia cardíaca eletiva com circulação extracorpórea e idade ≥ 18 anos. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com o uso prévio do ACEi ou BRA. Todas as variáveis ​​demográficas, clínicas e cirúrgicas pré-operatórias foram coletados prospectivamente. Os resultados de interesse foram mortalidade na unidade de terapia intensiva (UTI), incidência e duração (horas) de choque pós-operatório (definido como a necessidade de vasopressores ou inopressores intravenosos), lesão renal aguda (LRA) no pos-operatório (definida como duplicação da creatinina sérica), duração da ventilação mecânica (horas) e tempo de permanência na UTI (dias). Foi realizada regressão multivariada para resultados categóricos e teste de Kruskal-Wallis para variáveis ​​contínuas não paramétricas.

 

Resultados: Foram avaliados 353 pacientes no período, 182 (51,6%) do sexo masculino, com idade média de 54,5 anos (± 14,7) e mortalidade prevista pelo STS e EUROSCORE de 1,93 (± 1,81) e 1 89 (± 1,9), respectivamente. A cirurgia de revascularização do miocárdio foi o procedimento mais comum, 168 (47,6%). Após regressão multivariada, o uso de IECA ou BRA no pré-operatório foi associado ao choque pós-operatório: RR: 2,03 (IC 1,25 - 3,30), p = 0,004; incidência de LRA: RR: 2,84 (IC 1,01 - 7,98), aumento do tempo de permanência na UTI: 4 (3 - 6) vs 3 (2 - 5), p = 0,03; e aumento da duração de choque: 10 (0 - 39) vs 0 (0 - 24), p <0,01. Não houve associação com a duração da ventilação mecânica: 10,5 (6 - 20) vs 11,0 (5 - 18), p = 0,31 ou mortalidade na UTI: 14 (7,3%) vs 16 (10, 0%), p = 0,44.

 

Conclusões: O uso de IECA ou BRA pré-operatórios foi associado ao aumento da incidência e duração do choque pós-operatório, incidência de lesão renal aguda e durações da ventilação mecânica e permanência na UTI.

 

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