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Marsupialização cirúrgica de rânula em paciente com comunicação interatrial

Douglas Stephano, Hélio Kyioshi, Kelly Tarquinio, Frederico Buhatem, Levy Anderson
Universidade Paulista - UNIP - São Paulo - SP - Brasil

Rânulas são lesões resultantes do extravasamento de saliva da glândula sublingual, sendo usualmente unilaterais e relativamente incomuns. As rânulas bilaterais são raras. Duas variedades de rânula já foram descritas: a rânula oral ou superficial e a rânula mergulhante ou cervical. A patogênese exata dessas lesões ainda é incerta. No que tange a comunicação interatrial (CIA) define-se como um tipo de cardiopatia congênita onde os dois átrios se comunicam. Com isso, o lado direito do coração (responsável por receber o sangue do corpo e mandá-lo para ser oxigenado no pulmão) acaba recebendo também o sangue já oxigenado que vem do lado esquerdo.  Assim, os dois sangues se misturam do lado direito do coração, que acaba trabalhando até quatro vezes mais que o esquerdo. O objetivo do presente estudo é relatar, por meio de um caso clínico, a realização da técnica cirúrgica de marsupialização para o tratamento de rânula oral. Paciente JCS, 64 anos , sexo masculino, compareceu à clínica de cirurgia da FOUNIP com indicação de remoção cirúrgica de rânula. Durante anamnese, o paciente relatou possuir CIA e que está aguardando para a realização do tratamento médico-cirúrgico. No momento só fazia uso de atenolol, 25 mg, 1x ao dia. Não foi necessária a realização de profilaxia antibiótica, de acordo com os critérios da AHA (1997 e 2007). No procedimento foi utilizada lidocaína 2% com epinefrina 1:100 000 como anestésico local. Ao longo do procedimento não houve intercorrências e o paciente foi monitorada quanto à saturação de oxigênio com oxímetro de pulso e pressão arterial.  Inicialmente passou-se um fio de sutura na superfície da lesão (com cuidado para não a romper). Com lâmina de bisturi número 15, excisou-se uma porção da mucosa oral junto com a parede superior da lesão, verificando-se a saída de um conteúdo muco-seroso de coloração branco-amarelado, homogêneo, semelhante à clara de ovo. Posteriormente, o revestimento da glândula foi suturado à mucosa oral do assoalho da boca e deixado cicatrizar por segunda intenção, permitindo que o ducto da glândula sublingual restabelecesse a comunicação com a cavidade oral. Após 7 dias o paciente foi reavaliado sem relatos de intercorrência. Conclui-se que procedimentos cirúrgicos em pacientes cardiopatas, mesmo que em quadros muito delicados como a CIA,  podem ser realizados em ambiente ambulatorial de forma segura, desde que todos os dados do paciente estejam bem esclarecidos, e que o planejamento cirúrgico seja realizado de forma multidisciplinar.

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