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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Condição bucal e a relação com a gravidade clínica de indivíduos com cardiopatias em UTI

Gabriela Moura Chicrala, Raquel D'Aquino Garcia Caminha, Lucas Marques da Costa Alves, Paulo Sérgio da Silva Santos
Faculdade de Odontologia de Bauru (Universidade de São Paulo) - Bauru - São Paulo - Brasil, Hospital Estadual de Bauru “Arnaldo Prado Curvelo” - Bauru - São Paulo - Brasil

Introdução: A avaliação odontológica de indivíduos internados em Unidade de Terapia Intensiva mostra-se fundamental para diagnóstico de doenças bucais que possam agravar o quadro sistêmico do indivíduo com cardiopatia sendo importante o acompanhamento e a resolução das doenças da boca.

Métodos: Estudo retrospectivo descritivo através de análise de dados dos prontuários de 211 pacientes atendidos no período de seis meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um Hospital público do estado de São Paulo. Foram selecionados prontuários de indivíduos com diagnóstico de cardiopatias registradas nas evoluções médicas, totalizando 123 prontuários. Os dados demográficos coletados foram: idade, gênero, total de dias de internação, APACHE (Avaliação da Fisiologia Aguda e da Saúde Crônica) II de internação e informações sobre alta hospitalar ou óbito durante internação. A avaliação da condição bucal destes indivíduos foi realizada através do resultado do Bedside Oral Exam (BOE), que permite a quantificação em scores (8 a 24) da condição bucal apresentada durante o período de internação hospitalar, em que são avaliados: deglutição, lábios, língua, saliva, membranas mucosas, gengiva, dentes ou próteses e odor.

Resultados: Dos 123 prontuários analisados, aproximadamente 60% pertencia ao gênero masculino sendo a idade média da amostra de 69,38 anos. Um total de 63% dos indivíduos evoluiu para óbito durante internação e 37% receberam alta hospitalar. Os homens foram a óbito em quase 80% dos casos, e as mulheres em 42%. Indivíduos com cardiopatias permaneceram, em média, 12,65 dias internados com média de APACHE II de 16,47, variando de 0 a 46. Observou-se que 83 indivíduos apresentaram apenas uma comorbidade cardiológica, 4 apresentaram um total de 3 comorbidades simultâneas, sendo todos do gênero masculino.  A hipertensão foi a cardiopatia mais presente (83,74%), seguida da insuficiência cardíaca congestiva (21,95%) e fibrilação atrial (11,38%). Outras cardiopatias encontradas foram infarto agudo do miocárdio, doença de Chagas, valvulopatias e miocardiopatias. O valor do BOE mais encontrado foi de 12, variando entre 10 a 20.  A amostra de 51,22% dos indivíduos apresentou valor de BOE maior que 12, representando uma disfunção moderada da condição bucal.

Conclusões: O BOE é uma ferramenta que possibilita realizar padronização da avaliação odontológica dos indivíduos em leito hospitalar através de mensurações quantitativas. Alterações moderadas em boca estiveram presentes na maior parte da amostra estudada que também tinha risco de mortalidade em torno de 25%.

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