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Dissecção aguda de aorta secundária a aortite por Serratia marcescens - um caso raro com evolução fatal

Henrique Trombini Pinesi, Sara Del Vecchio Ziotti, Fabio Cetinic Habrum, Bruno BIselli, Tatiana de Carvalho Andreucci Torres Leal, Paulo Rogerio Soares, Alexandre de Matos Soeiro
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução

A dissecção de aorta ascendente é uma doença de alta mortalidade. Suas principais etiologias estão relacionadas à doenças do colágeno e aterosclerose. Doenças inflamatórias da aorta são uma causa rara, sendo a aortite um exemplo incomum.

Relato de Caso

Paciente feminina, 55 anos, hipertensa, diabética e ex-tabagista apresentou dor precordial com irradiação para o dorso iniciada há 10 dias da admissão hospitalar, com piora há 1 dia. Iniciado tratamento para síndrome coronariana aguda. Evoluiu com piora clínica, sendo transferida para o serviço de referência. Na entrada, encontrava-se hemodinamicamente estável, com pressão arterial diminuída nos membros superiores em relação aos inferiores e ausculta cardíaca com bulhas arrítmicas sem sopros. O eletrocardiograma descartou alterações isquêmicas agudas. Angiotomografia identificou dissecção de aorta Stanford A com flap desde o seio coronário até a aorta abdominal, associada a área hiperatenuante em torno do flap sugestivo de hematoma intramural com sangramento recente. Ecocardiograma identificou refluxo aórtico discreto e função ventricular preservada. O quadro foi interpretado pela equipe cirúrgica como dissecção atípica de aorta, sugestiva de úlcera com trombo intramural, hemodinamicamente estável, com dor controlada e risco elevado de sangramento no perioperatório devido ao uso de recente de antiplaquetários, sendo indicada cirurgia em melhor momento. Realizado controle do duplo produto por via oral com sucesso. Apresentou episódio de bacteremia após 3 dias da internação. Hemocultura identificou Serratia marcescens sensível a ciprofloxacino. Recorreu dor com necessidade de nitroprussiato endovenoso para controle álgico e da pressão arterial. Angioressonância de aorta que identificou realce parietal em toda extensão da dissecção, típico de processo inflamatório. Sorologia para sífilis foi negativa. Após 7 dias de antibioticoterapia evoluiu com parada cardiorrespiratória em ritmo não chocável, com derrame pericárdico importante identificado durante as manobras de ressuscitação, evoluindo para óbito.

Discussão

O caso demonstra a importância do diagnóstico correto das síndromes aórticas agudas. A aortite bacteriana é uma causa rara de dissecção aguda de aorta e seu diagnóstico diferencial dentre as demais etiologias é fundamental para instituição do tratamento adequado precocemente com antimicrobianos de forma a proporcionar desfechos positivos ao paciente. A Serratia marcescens é um agente incomum de aortite, e o manejo clínico ou cirúrgico do caso torna-se único e não definido em literatura.

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