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Átrio esquerdo gigante por estenose mitral reumática

Maria Catarina de Melo Dias Guerra , Eduardo Cavalcanti Lapa Santos, Giullyan Nóbrega Primo, Fábio Antônio Amando Granja , Maria Inês Remígio, Mônica Chaves Becker, José Renato e Melo Figueirôa, Renata Ávila Cintra, Paula Araruna, Brivaldo Marckman Filho
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco - Recife - PE - Brasil

 

    Paciente de 59 anos com história de valvulopatia reumática crônica submetida à troca valvar mitral com prótese biológica há 15 anos, retornou ao ambulatório com queixa de dispneia de esforço progressivanos últimos 5 anos. Ecocardiograma de 1 ano antes já revelara disfunção de prótese mitral importante, mas a paciente recusou o procedimento e abandonou o seguimento. Já vinha em acompanhamento com a psiquiatria há 1 ano por quadro de depressão muito grave resistente. Foi realizada uma ressonância magnética de encéfalo e diversos exames laboratoriais em busca de causas orgânicas para o quadro depressivo, mas não se identificou nenhuma causa secundária.

 

   Na admissão hospitalar, encontrava-se bastante emagrecida (IMC=14,4), apática, quase não falava, dispneica mesmo em repouso. Ao exame físico, percebia-se um tórax hiperdinâmico, turgência jugular proeminente; à ausculta, ritmo irregular, sopro sistólico ejetivo +5/6, mais intenso em foco mitral, porém audível em todo o tórax.

    Ecodopplercardiograma 28/11/ 2019: AE: 71mm, volume: 836mL, DDVE 68mm, DSVE 34mm, FE 55%, índice de massa: 183g/m2. Prótese mitral com folhetos espessados, abertura e mobilidade reduzida, área de 0,8cm² (PHT), fluxo transvalvar turbulento, gradientes médio de 18 mmHg e máximo de 27 mmHg, refluxo transprotético excêntrico importante.

   A proposta cirúrgica seria uma atrioplastia esquerda e troca valvar mitral, porém o estado nutricional e a depressão quase catatônica representavam um risco cirúrgico impeditivo, sendo optado por se aguardar ganho de peso e melhora ao menos parcial do quadro depressivo. 

    Mesmo com doses muito elevadas de diferentes combinações de anti-depressivos tentadas e dieta hiperproteica e hipercalórica, não houve melhora clínica significativa nem ganho de peso. Foi então iniciada eletroconvulsoterapia, como único tratamento ainda possível, apesar dos riscos cardiovasculares, sendo todas as sessões realizadas com acompanhamento da cardiologia. Após a 8ª sessão, durante a permanência na UTI, evoluiu com choque séptico com componente cardiogênico, o que a levou à óbito.

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