INTRODUÇÃO:A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial, relacionada com lesões de órgãos alvos devido ao seu curso crônico. A não adesão ao tratamento repercute diretamente nos níveis pressóricos e, para evitar isso, o paciente deve ter conhecimento sobre o seu estado de saúde, reconhecer a importância do controle da pressão arterial e ter acesso aos serviços, que devem ser mantidos por toda a vida do paciente.METODOLOGIA. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e observacional realizado com 69 pacientes atendidos no hospital-escola. Os dados foram coletados nos meses de abril e maio de 2019. O critério para classificar como hipertenso foi Pressão Arterial (PA) ≥ 140/90 mmHg ou estar em uso de anti-hipertensivos. Na avaliação da adesão foi utilizados o teste Morisky-Green (TMG), que consiste em 4 perguntas, sendo uma delas positivas já classificado como má adesão. Utilizou-se a 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial para classificação das metas pressóricas: pacientes com risco cardiovascular baixo e moderado e risco cardiovascular alto, as metas são PA <130/80mmHg e <140/90 mmHg, respectivamente.RESULTADOS: Dos 69 pacientes atendidos, 48 eram hipertensos (69,66%) e destes, 47 estavam fazendo uso de terapia medicamentosa. Usando o teste Morisky-Green (TMG), constatamos que apenas 34% (N=16) dos que faziam uso de medicação anti-hipertensiva eram aderentes ao tratamento. Entre os pacientes aderentes, 43,75% (N=7) tinham a pressão arterial controlada e no grupo dos não aderentes apenas 35,48% (N=11) tinham controle dos níveis pressóricos. Entre os pacientes em monoterapia (N=20), 45% (N=9) eram aderentes ao tratamento, no grupo de pacientes em uso de terapia dupla (N=19) 31% (N=6) eram aderentes, e nos pacientes que utilizavam três drogas (N=5) a aderência ao tratamento foi de apenas 20%.CONCLUSÃO:Um dos principais fatores que influenciam no resultado terapêutico é a adesão ao tratamento medicamentoso. No estudo, constatou-se que os pacientes aderentes ao tratamento apresentavam um percentual maior de PA controlada em relação aos não aderentes e que quanto maior o número de medicamentos, menor a adesão dos pacientes, reforçando este como importante preditor negativo do estudo.