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Hipotermia Terapêutica no Infarto Agudo do Miocárdio

Sergio Timeman, Luis Augusto Palma Dallan, Natali S. Giannetti, Thatiane F. Polastri, Pedro Lemos, José Carlos Nicolau, Mucio Tavarés de Oliveira Junior, Ludhmila A. Hajjar, Roberto Kalil Filho
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A hipotermia terapêutica endovascular (HTE) reduz os danos causados ​​pela síndrome da lesão pós-isquemia-reperfusão (SPR) na parada cardiorrespiratória (PCR) e já estabeleceu seu papel em pacientes com morte súbita, porém seu papel no infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMSST) permanece controverso. Objetivos: Os objetivos deste estudo foram investigar a segurança, viabilidade e eficácia em 30 dias da indução rápida de hipotermia terapêutica como terapia adjuvante à intervenção coronária percutânea (ICP) em pacientes com IAMSST anterior e inferior. Métodos: Estudo prospectivo, controlado, randomizado e intervencionista de pacientes com início da angina ou IAMSST anterior ou inferior elegível para ICP, até 6 horas. Os indivíduos foram randomizados para o grupo de hipotermia (ICP primária + HTE) ou para o grupo controle (ICP primária). A HTE foi induzida com 1L de solução salina fria (1-4 °C) associada a hipotermia endovascular, em até 18 minutos antes da reperfusão coronariana, com uma temperatura alvo de 32±1 °C. A manutenção da HTE foi realizada por 1-3 horas e reaquecimento ativo de 1ºC/h, por 4 horas. Resultados: Foram incluídos 50 pacientes, 35 (70%) randomizados para o grupo hipotermia e 15 (30%) para o grupo controle. A idade média foi de 58 ± 12 anos, 78% homens. A parede miocárdica comprometida era anterior em 38% e inferior em 62%.Todos os 35 pacientes no grupo ICP+HTE tiveram resfriamento bem-sucedido, com temperatura média de reperfusão coronariana endovascular de 33,1 °C ± 0,9 °C. O tempo isquêmico médio foi de 375min ± 89,4min no grupo hipotermia e 359,5min ± 99,4min no grupo controle. O tempo porta-balão médio foi de 92,1 minutos ± 20,5 minutos no grupo hipotermia e 87 minutos ± 24,4 minutos no grupo controle. As taxas de eventos cardiovasculares foram semelhantes entre os dois grupos (21,7% vs 20%, respectivamente, p=0,237). Na comparação entre os grupos hipotermia e controle, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas em 30 dias entre o tamanho médio do infarto (13,9% ± 8% vs 13,8% ± 10,8%, respectivamente, p = 0,801) ou FEVE final média (43,3% ± 11,2% vs 48,3 ± 10,9%, respectivamente; p = 0,194). Conclusões: A hipotermia como terapia adjuvante à ICP primária no IAMSST é viável e pode ser implementada sem demora na reperfusão coronariana. A hipotermia foi segura, sem aumento da mortalidade. Em relação à eficácia, não houve diferença no tamanho do infarto ou na FEVE aos 30 dias que sugerisse proteção miocárdica adicional com HTE. 

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