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Avaliação dos efeitos de uma grupoterapia breve para pacientes cardiopatas com Diabetes Mellitus Tipo 2: estudo piloto.

OLIVEIRA NETO, V. C., BORTOLOTTO, L. A., WATANABE, D. M.
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 é um distúrbio metabólico multifatorial e crônico, que gera limites pessoais, acarretando em problemas biopsicossociais. Desta forma, torna-se necessário o desenvolvimento de técnicas assistenciais que possam ser efetivas no tratamento e cuidado ao sofrimento ocasionado por essa condição. Com base no modelo de autorregulação, modos de enfrentamento e psicoterapia breve de grupos, foi delineada uma grupoterapia breve com pacientes cardiopatas diabéticos em um ambulatório de atenção terciária. Objetivos: Avaliar os efeitos da intervenção grupoterapêutica breve sobre a percepção de ameaça da doença e modos de enfrentamento de cardiopatas com diabetes mellitus tipo 2. Métodos: Estudo piloto de um ensaio clínico, longitudinal, de natureza quali-quantitativa, cuja intervenção foi um grupo psicoterapêutico, com 12 sessões conduzidas por um psicólogo. As variáveis dependentes foram a percepção de ameaça da doença avaliada pelo Questionário de Percepção de Doença Versão Breve, os modos de enfrentamento de problemas avaliados pela Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas e a satisfação dos pacientes avaliada por um questionário de expectativas. Os instrumentos foram aplicados no início e no fim da psicoterapia. Para comparação das variáveis utilizou-se os Testes t-Student pareado, Correlação de Pearson e d de Cohen, adotando-se o nível de significância de 5%. Resultados: Participaram 13 pacientes, com idade média de 65 anos (±12,01), 61,5% (n=8) mulheres, 76,9% (n=10) casados, 46,2% (n=6) católicos, 38,5% (n=5) possuíam o ensino fundamental incompleto e 61,5% (n=8) possuíam oito de 12 fatores de risco para doenças cardiovasculares analisados. Metade da população (50%, n=6) apresentou glicemia mal controlada (HbA1c ≥ 7%). Após realização da psicoterapia grupal, houve diminuição da percepção de ameaça da doença (37,38 ±13,86 para 28,46 ±11,89, p<0,001), IC [-7,62 -14,22]. Em relação aos modos de enfrentamento, houve um aumento dos focalizados no problema (3,93 ±0,15 para 4,45 ±0,09, p=0,008), IC [+0,42 +0,62]; e a redução dos focalizados na emoção (2,67 ± 0,18 para 2,06 ± 0,12, p<0,001), IC [0,28 -0,60]. Embora os outros enfrentamentos não tenham apresentado valores estatisticamente significantes, o Tamanho do Efeito foi muito grande (d>1,35), compreendido como a eficácia da intervenção. Quanto à satisfação com o tratamento realizado, 91,97% se mostraram satisfeitos. Conclusão: A intervenção grupal diminuiu a percepção de ameaça da doença e modificou a utilização dos modos de enfrentamento.

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