O fibrinogênio é uma proteína do sangue, fundamental na fase final de coagulação sanguínea. A hipofibrinogenemia é uma doença hemorrágica rara, em que ocorre uma deficiência quantitativa na produção do fibrinogênio. Os sintomas variam de acordo com a quantidade de fibrinogênio produzido pelo organismo e sua capacidade de funcionamento. Pacientes diagnosticados com essa condição que necessitem de cirurgia odontológica demandam um planejamento multidisciplinar. Paciente MRS, 34 anos, compareceu à clínica de cirurgia da FOUNIP com indicação de exodontia do dente 38 semi-incluso. Durante anamnese a paciente relatou ter diagnóstico médico de hipofibrinogenemia e hipertensão. A única medicação em uso pela paciente é o Atenolol. Devido ao relato da existência de coagulopatia, foram solicitados exames laboratoriais à paciente: tempo de ativação da protrombina (TP) e tempo de ativação parcial da tromboplastina (TTPA) que mostraram resultado como indeterminável. O paciente recebeu duas bolsas de concentrado de fibrinogênio duas horas antes da cirurgia e realizou novos exames laboratoriais de TP e TTPA, de acordo com as orientações do hematologista. Os exames se encontraram dentro dos padrões normais de coagulação. Foi realizada, anestesia, incisão, sindesmotomia, osteotomia, exodontia, curetagem, sutura e colocou-se um agente hemostático local em alvéolo para auxiliar na hemostasia. A paciente retornou para o pós-operatório após 7 dias, sem relatos de intercorrências. Concluiu-se que o tratamento desses pacientes deve ser planejado pelo cirurgião-dentista em conjunto com o hematologista, visando maior segurança e conforto ao paciente e à equipe profissional. Assim, é imprescindível o cirurgião-dentista ter conhecimento da patologia e de possíveis complicações por ela apresentada e saber resolvê-las, caso ocorram.
