INTRODUÇÃO: A prática regular de exercícios físicos é um recurso terapêutico eficiente na prevenção e no tratamento de doenças crônicas na população idosa, melhorando diversos fatores envolvidos na fisiopatologia da hipertensão. Entretanto, pouco se sabe sobre o efeito da intensidade do treinamento físico nesta população. O objetivo deste estudo foi investigar, em idosas com hipertensão arterial, o efeito da intensidade do exercício realizado em programas de treinamento físico comunitário.
MÉTODOS: 39 idosas hipertensas (69±8), previamente sedentárias, foram randomizadas para treinamento intervalado de alta intensidade (TI / N = 13), treinamento continuo de moderada intensidade (TC / N = 13) e grupo controle (GC / N = 13). As sessões de treinamento foram realizadas duas vezes na semana com duração de uma hora. Para determinar a intensidade do exercício durante as sessões foi utilizada a escala de Percepção Subjetiva do Esforço de Borg (PSE), de 6 a 20. As sessões de TI consistiam em 21 min. intercalando 1 min. em alta intensidade (PSE 15-17) por 2 min. em moderada intensidade (PSE 11-13), e as sessões de TC consistiam em 30 min. em moderada intensidade (PSE 11-13). Ambos os grupos realizavam treinamento resistido com 6-8 exercícios para os grandes grupos musculares e com 15 rep. (PSE 15-17), e 1 min. de descanso entre as séries. As variáveis avaliadas foram a pressão arterial sistólica e diastólica, frequência cardíaca, rigidez arterial (velocidade da onda de pulso carotídeo-femoral), circunferência da cintura e o índice de massa corporal antes e após 8 meses de treinamento. Utilizou-se ANOVA de dois caminhos com medidas repetidas (intervenção x tempo) para indicar diferenças entre e intra-intervenções e a análise post hoc de Bonferroni para identificar diferenças significativas apontadas pela ANOVA.
RESULTADOS: Os grupos eram homogêneos em todas as variáveis no pré seguimento. Não houve diferença significativa em nenhuma das variáveis após o seguimento de TI, TC e no GC (tabela 1).
CONCLUSÃO: Programas de treinamento físico comunitário com duas sessões semanais de exercício, não foram eficientes para melhorar variáveis hemodinâmicas, antropométrica e funcional de idosas com hipertensão arterial, independentemente de sua intensidade.
Tabela 1: Média e desvio padrão das variáveis avaliadas em TI, TC e GC.