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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Reativação cutânea da doença de Chagas em paciente transplantado cardíaco

Santos, JS , Guzman, GM, Marcondes-Braga, FG , Mangini, S, Avila, MS, Campos, IW, Seguro, LFB, Strabelli, T, Bacal, F
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A reativação da infecção latente por Trypanosoma cruzi (T. cruzi) em pacientes transplantados por miocardiopatia chagásica pode ocorrer em até 20 a 90% dos casos, principalmente entre a 12° a 23° semanas pós-transplante. Pode se manifestar com febre, paniculite, nódulos subcutâneos dolorosos e menos comumente meningoencefalite, miocardite e insuficiência cardíaca congestiva. Os métodos empregados para diagnóstico da reativação do T. cruzi baseiam-se na pesquisa de formas amastigotas do protozoário em tecidos e tripomastigotas em sangue periférico e outros líquidos orgânicos, principalmente pela técnica da PCR (Polymerase Chain Reaction). Relato de caso: H.P.S, 28 anos, homem, com miocardiopatia chagásica submetido a transplante ortotópico bicaval no dia 31/10/19. Recebeu alta hospitalar no dia 06/12/19 em uso de azatioprina, ciclosporina e prednisona. No 74° dia de pós operatório, reinternação por rejeição aguda celular 2R e humoral (pAMR1H+) acompanhada de disfunção leve de ventrículo direito com função ventricular esquerda normal. A pesquisa de T. cruzi na biópsia foi negativa para Chagas. Paciente foi submetido a pulsoterapia com metilprednisolona 500 mg por 3 dias, seguido de prednisona 1mg/kg e mudança no esquema de imunossupressão para tacrolimus e micofenolato de sódio. 22 dias após pulsoterapia, apresentou nódulos cutâneos pré-tibiais quentes e dolorosos à palpação, sugestivos de eritema nodoso por reativação de Chagas. Foram realizados PCR para T. Cruzi no sangue e biópsia do nódulo subcutâneo. O tratamento com benzonidazol foi rapidamente instituído, com resolução das lesões em 48h. As doses de micofenolato e prednisona foram reduzidas. Os exames confirmaram posteriormente o diagnóstico de reativação de Chagas (PCR positivo) Discussão: A reativação de Chagas após transplante é relativamente comum em pacientes recebendo altas doses de imunossupressores, especialmente em uso de micofenolato de sódio, assim como em pacientes com rejeição do enxerto recente submetidos à pulsoterapia com corticoide. O tratamento precoce com benzonidazol por 60 dias é mandatório. Conclusão: Relatamos um caso de reativação de Chagas em paciente transplantado que recebeu micofenolato de sódio e pulsoterapia com corticoide, tratado precocemente mediante a suspeita clínica ainda sem o resultado histológico definitivo, evoluindo com boa resposta em 48 horas. Para o diagnóstico e tratamento precoces da reativação da doença de Chagas em pacientes imunossuprimidos é fundamental a alta suspeição baseada em achados clínicos e epidemiológicos. 

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