Introdução: A prevenção e o controle das doenças cardiovasculares (DCV) exigem abordagens de previsão de risco adaptado às circunstâncias contemporâneas e de baixo custo. O uso de aplicativos de mensagens e outras tecnologias de informação e comunicação (TICs) tem baixo custo e pode ser uma estratégia de grande valia na prevenção e no controle das DCV. Desta maneira, as TICs serão testadas no projeto “Saúde em família: conectados e saudáveis”, por meio de mensagens semanais será desenvolvido um programa de educação em saúde cardiovascular, com abordagem multidisciplinar para oferecer aos sujeitos informações sobre a prevenção e o controle dos fatores de risco para DCV. O projeto foi iniciado em setembro de 2019, durante um ano os sujeitos serão submetidos à intervenção e ao final do programa será realizada nova avaliação dos fatores de risco. Objetivo: Apresentar a prevalência dos fatores de risco para DCV dos sujeitos da pesquisa no início do estudo. Métodos: Trata-se de estudo longitudinal, prospectivo, realizado em escolas públicas de uma cidade do interior do estado de São Paulo, envolvendo os 245 pais e familiares das crianças das escolas. A coleta de dados foi realizada entre setembro e outubro de 2019. Resultados: No início do estudo, a idade média do grupo era de 43,6 anos (±13,4), 64,1% eram mulheres e, na avaliação socioeconômica, 60,8% pertenciam à classe C e 27,8% à classe B. Seguindo os valores de referência definidos pela Sociedade Brasileira de Cardiologia foram considerados com dislipidemia os sujeitos com colesterol total (CT) ≥ 190mg/dl, HDL-colesterol ≤ 40mg/dl, LDL-colesterol (LDL) ≥ 130mg/dl e triglicérides (TG) ≥ 150 mg/dl. A hipertensão foi definida pela pressão arterial sistólica ≥140mmHg e/ou diastólica ≥90mmHg, pré-diabetes pela glicemia entre 100 e 125mg/dL e diabetes ≥126mg/dL, com sobrepeso os sujeitos com índice de massa corporal entre 25 e 29,9 Kg/m2 e obesidade se ≥ 30 Kg/m2. O tabagismo foi declarado por 10,6% dos sujeitos, 35,1% apresentava hipertensão arterial, 15,9% eram diabéticos e 14,7% pré-diabéticos. Constatou-se que 50,2% estava com CT elevado, 19,6% tinha HDL abaixo do recomendado, 35,1% estava com LDL elevado e 26,9% tinha TG acima do recomendado. Na avaliação do índice de massa corporal, estavam com sobrepeso 38,4% e obesos 35,5% dos sujeitos. Conclusão: Os resultados deste estudo evidenciaram a dislipidemia como o fator de risco mais prevalente, seguido por sobrepeso e obesidade.
