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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Doença cardiovascular em paciente com arterite de Takayasu e deficiência de apolipoproteína A

Ziotti S.D.V, Pinesi H.T., Lipari L.F.D, Lima F.G, Gaiotto F.A., Spina G.S., Nicolau J.C.
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução

A coronariopatia é a doença de maior mortalidade mundial. Geralmente, sua etiologia é a aterosclerose, sendo as dislipidemias um importante fator de risco. As vasculites sistêmicas são uma causa rara de doença cardiovascular (DCV). Relatamos um caso de DCV avançada em uma paciente com arterite de Takayasu (AT) e deficiência de apolipoproteina A (apoA).

Relato de caso

Paciente de 39 anos, sexo feminino, apresenta dispneia há 2 anos com piora há 6 meses, associada à angina aos pequenos esforços. Possui hipertensão arterial resistente há 7 anos, deficiência de apoA com HDL de 5 mg/dL e AT diagnosticada há 2 anos com estenose de artérias renais, oclusão da subclávia esquerda e da coronária direita, estenose não obstrutiva das carótidas e das vertebrais, calcificação importante da aorta torácica, insuficiência aórtica primária moderada e insuficiência mitral importante por tracionamento do músculo papilar posterior. A cineangiocoronariografia evidenciou progressão da coronariopatia com lesão ostial de tronco da coronária esquerda de 80%. 

Realizada cirurgia de substituição da aorta ascendente e valva aórtica por tubo valvulado, revascularização miocárdica com enxerto livre da mamária esquerda para a descendente anterior e das safenas para a marginal esquerda e coronária direita, além de plástica da valva mitral. O achado macroscópico das lesões vasculares era indiferenciável entre degeneração aterosclerótica e inflamação por AT. A paciente evoluiu bem, recebendo alta hospitalar após uma semana.

Discussão

A AT é uma causa rara de DCV. A cardiopatia ocorre por acometimento das coronárias e, em menor frequência, por valvopatia aórtica, miocardite e miocardiopatia hipertensiva. A associação entre AT e aterosclerose é incomum e de pior prognóstico.No caso relatado, o tratamento cirúrgico era de extrema dificuldade técnica devido ao grande número de lesões, complexidade do procedimento e alto risco cirúrgico. Geralmente, a artéria mamária é poupada tanto pela AT quanto pela aterosclerose, possibilitando seu uso como enxerto de longa duração.

Conclusão

 

O caso apresentado ilustra uma paciente portadora de DCV grave com coronariopatia e valvopatias secundárias a AT e aterosclerose, uma associação rara capaz de potencializar a progressão da DCV e a mortalidade. Foi realizada uma cirurgia altamente complexa que possibilitará melhora sintomática e de sobrevida.

 

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