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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

PREDITORES HEMODINÂMICOS DE DISFUNÇÃO VENTRICULAR DIREITA APÓS TRANSPLANTE CARDÍACO

Lensi M M, Ramos A S, Silva M M F , Duque A M P C, Seguro L F B, Campos I W, Avila M S, Mangini S, Bacal F, Marcondes-Braga F G
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução:    A hipertensão pulmonar fixa (HP) é uma contraindicação relativa ao transplante cardíaco (Tx) devido ao alto risco de disfunção ventricular direita após Tx. Objetivo: Definir a incidência de disfunção de VD moderada/grave após Tx, sua associação com HP pré-transplante e identificar seus possíveis preditores.  Métodos: Foram avaliados os pacientes submetidos ao Tx em nossa instituição (jan/13-dez/19). A HP foi definida por pressão sistólica da artéria pulmonar > 50mmHg e resistência vascular pulmonar > 3Wu ou gradiente transpulmonar > 15mmHg. Pacientes com HP que apresentassem resistência vascular pulmonar < 5Wu na melhor condição hemodinâmica (após teste de reversibilidade com vasodilatador) foram aceitos para Tx. Resultados: Dentre os 277 pacientes transplantados (49±23 anos, 64% homens), 79 (29%) apresentavam HP antes do Tx. A incidência de disfunção VD moderada/grave foi de 13% (n=36). Pacientes com HP apresentaram incidência semelhante de disfunção de VD moderada/grave após Tx (15vs13%, p=0,72), quando comparados a pacientes sem HP. Pacientes com disfunção de VD moderada/grave apresentavam maior pressão sistólica de artéria pulmonar (48±9 vs 42±11, p=0,001), maior pressão média de artéria pulmonar (32 ± 8 vs 28 ± 8, p = 0,017), maior gradiente transpulmonar (12±4 vs 10±5, p=0,042), maior pressão de pulso da artéria pulmonar (PPAP) (25±7 vs 20±7, p=0,001) e o uso de dispositivo de assistência ventricular (DAV) foi mais frequente neste grupo de pacientes (14% vs 3%, p=0,006) do que aqueles sem disfunção de VD. Após análise multivariada, os únicos preditores independentes de disfunção de VD moderada/grave foram uso de DAV [OR5,41 (1,61-18,18), p=0,006] e PPAP [OR1,09 (1,04-1,14), p=0,001]. O melhor ponto de corte da PPAP para predizer disfunção ventricular direita moderada/grave foi obtido a partir da curva ROC (AUC 0,68; p<0,001). Valores de PPAP maiores que 23 mmHg em pacientes com condição hemodinâmica ideal apresentaram boa sensibilidade/especificidade para predizer disfunção do VD após Tx [OR3,51 (1,70–7,26), p = 0,001]. Conclusão: Nesta coorte, a incidência de disfunção ventricular direita moderada/grave após Tx foi semelhante entre pacientes com e sem HP. A PPAP pré-Tx foi preditora independente de disfunção moderada/grave do VD após TX e poderia ser útil na avaliação do potencial candidato ao Tx, especialmente entre pacientes que apresentam HP no cateterismo direito basal pré-Tx.

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