Introdução: Sabendo que o ensino superior nas últimas décadas tem exigido cada vez mais aperfeiçoamento de habilidades práticas, inúmeras transformações e inovações estão surgindo para complementar o ensino. A introdução nas escolas médicas de métodos didáticos, como a educação baseada em simulação, além de estimular o auto aprendizado, contribui para a formação de profissionais capazes de lidar adequadamente com situações complexas do dia-a-dia da medicina, como por exemplo as arritmias cardíacas.
Método: Trata-se de um estudo clínico prospectivo randomizado no qual noventa estudantes de medicina do 11º período foram selecionados e divididos em dois grupos aleatoriamente. No grupo “teoria” os alunos foram submetidos a um teste de múltipla escolha contendo quinze questões antes e após uma aula teórica/expositiva sobre arritmias cardíacas. No grupo “simulação” os alunos foram submetidos a um treinamento prático sobre arritmias sendo aplicado novamente o mesmo questionário do primeiro grupo, antes e após o treinamento. As respostas dos participantes foram analisadas para obter a conclusão de qual método de ensino mostrou-se mais eficaz.
Resultados e discussão: A partir dos noventa alunos previamente selecionados, seis não compareceram ou não aceitaram participar do estudo, sendo assim, trinta e oito alunos compuseram o grupo “teoria” e quarenta e seis o grupo “simulação”. As mulheres foram maioria e não houve diferenças de idade entre os grupos (p> 0,05). Na comparação dos grupos de simulação e teoria quanto à nota geral no teste pós-aula imediato, os resultados demonstraram que houve diferença estatisticamente significante (p= 0,047), entre o grupo que participou da aula teórica (M = 74,4, DP = 13) e o grupo de simulação clínica (M = 79,5, DP = 11,2) sobre o tema de conhecimento arrítmico. No entanto não houve significância estatística (p=0,126) ao ajustar a análise dos dados utilizando a nota geral pré-aula como covariável.
Considerações finais: Infere-se a partir do que foi exposto que, ao analisar as pontuações médias nas avaliações pós-aula imediatos, o treinamento baseado em simulação aparenta ser superior em eficácia quando comparada ao ensino teórico/expositivo. No entanto, ao comparar a eficácia entre essas duas metodologias corrigindo para o conhecimento prévio dos alunos a partir das avaliações pré-aula, não foi possível determinar qual forma de ensino obteve melhores resultados.
Palavras chave: Educação médica; Simulação médica; Arritmias cardíacas; Competência clínica; Habilidades técnicas.