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Anemia criptogênica: uma apresentação atípica de síndrome aórtica aguda

FIGUEIREDO NETO, J.L., ROMPKOSKI, J., RASSI, G. M, BARROS, B.P., SANTOS, K. A. Q., MATTOS, T.M., BALDO, V. M. G. T. F., LIMA, FELIPE GALLEGO, Nicolau, J.C., GIRALDEZ, R. R. C. V.
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: As síndromes aórticas agudas (SAA) são patologias cada vez mais comuns na prática clínica pelo aumento da prevalência de fatores de risco cardiovascular e envelhecimento da população. O sintoma típico dessa síndrome é a dor torácica, normalmente de forte intensidade. Nesse relato, descrevemos paciente assintomático com SAA cuja apresentação foi anemia aguda.

Relato de Caso: Paciente masculino, 91 anos, hipertenso, ex-tabagista e portador de doença renal crônica. Admitido para investigação de hematomas espontâneos em região cervical associados à adinamia, sem outros sinais hemorrágicos ou uso de agentes antitrombóticos. O exame físico indicava palidez acentuada das mucosas. Exames iniciais mostravam hemoglobina (Hb) de 6.0 g/dL (anemia normocítica e normocrômica), com plaquetas 47.000. As provas de hemólise, vitaminas B12 e perfil de ferro eram normais. Radiografia de tórax (Rx Tórax) com derrame pleural extenso à esquerda associado à massa mediastinal com desvio traqueal. Ecocardiograma evidenciou seio aórtico de 34mm, fração de ejeção de 60% sem outras alterações. Paciente evolui com queda progressiva de Hb. Endoscopia digestiva alta normal. Solicitada angiotomografia de tórax para avaliação da massa mediastinal que evidenciou aneurisma sacular no arco aórtico, com diâmetro de 57 mm e sinais de rotura compatíveis com úlcera aórtica penetrante e hemotórax à esquerda. A cirurgia cardíaca contraindicou procedimento cirúrgico pela fragilidade do paciente, elevado risco cirúrgico e dificuldades técnicas de tratamento endovascular.

Discussão: em pesquisa em bases de dados, não foram encontrados relatos de anemia como sinal cardinal para o diagnóstico de SAA. Estudo retrospectivo de Hata et al. com 48 pacientes com SAA detectou derrame pleural em 42 pacientes (87%), enquanto outros trabalhos evidenciaram prevalências menores. Chama a atenção nesse caso a ausência de dor na apresentação, o que dificulta o diagnóstico.

Conclusão: Em casos de pacientes idosos que se apresentem com anemia/derrame pleural sem causa clara, sugerimos incluir no diagnóstico diferencial a hipótese de SAA, principalmente se associada a outras manifestações como dor torácica. Tal diagnóstico pode ser essencial para preservação da vida do paciente se o mesmo for candidato a terapia cirúrgica, tendo em vista a alta morbimortalidade associada a esses casos.

Aneurisma fusiforme da croça com maior dilatação pós carotida esquerda, com ulceração de placa no nivel de emergencia da subclavia esquerda, maior diametro de 6,0 cm , e maior ectasia (calibre maior que 4,2 cm)  por cerca de 8,0 cm  foto 1 - corte sagital foto 2 - reconstrução em 3D

Foto 1

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