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Cardiomiopatia de Takotsubo: relato de caso

Anna Raphaella Lemos e Silva Martins, Nádia Romanelli Quintanilha, Valmir de Freitas Costa , Bruno Soares da Silva Rangel , Rafael Yuji Melo , Andrés Eduardo Larrovere Vasquez , Ivna Cunha, Jorge de Oliveira Junior, Lucas Trindade Cantú Ribeiro , Paulo Camiz
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - - BRASIL

 

 

INTRODUÇÃO: A Cardiomiopatia de Takotsubo (CMT) é caracterizada por disfunção ventricular esquerda em resposta a estresse físico ou emocional, e configura um importante diagnóstico diferencial de Síndrome Coronariana Aguda (SCA).CASO CLÍNICO: Paciente de 94 anos, sexo feminino, foi levada ao Pronto Socorro por mal-estar generalizado, cansaço e epigastralgia associados a sudorese, náuseas e vômitos após sessão de fisioterapia domiciliar. Portadora de doença arterial coronariana com implante de stents farmacológicos em artéria descendente anterior e circunflexa há 1 ano, além de diabetes, fibrilação atrial, síndrome demencial leve e infecção de trato urinário (ITU) de repetição. Ao exame físico, apresentava-se estável hemodinamicamente, com discreta congestão pulmonar. Os exames complementares evidenciaram marcadores de necrose miocárdica e BNP elevados, exame de urina I compatível com ITU e eletrocardiograma com inversão de onda T em parede anterior. Foi realizada ecocardiografia que evidenciou disfunção ventricular às custas de hipocinesia de ápice e segmento médio-distal do septo. Foi submetida a coronariografia, que demonstrou stents pérvios, acinesia anteroapical e contratilidade preservada das demais paredes. Após 6 dias de  antibioticoterapia para foco urinário, foi realizado novo ecocardiograma que evidenciou recuperação completa da função ventricular, sendo diagnosticada portanto com Síndrome de Takotsubo. DISCUSSÃO: Apesar dos mecanismos evolvidos não serem completamente compreendidos, a estimulação simpática tem sido proposta como fator central na fisiopatologia da CMT, na qual os gatilhos envolvem condições que produzem catecolaminas em excesso com efeito tóxico direto aos cardiomiócitos. Outras hipóteses referem-se à disfunção da microvasculatura coronariana, espasmo coronariano e presença de placa ateromatosa. Estima-se que 90% dos pacientes sejam mulheres entre 65-70 anos, o que pode sugerir a correlação entre a influência hormonal feminina e a incidência da síndrome. Essa condição é autolimitada e seu tratamento é baseado em medidas de suporte. Após a fase aguda, a maioria dos casos evolui com recuperação da função cardíaca, conferindo bom prognóstico à doença. CONCLUSÃO: O caso descrito apresenta como peculiaridade a ocorrência da CMT em mulher de 94 anos desencadeada após fisioterapia motora associada a infecção urinária. A ausência de coronariopatia obstrutiva, presença de acinesia anteroapical esquerda e reversibilidade da disfunção miocárdica após 6 dias de tratamento clínico com antimicrobianos confirmam o diagnóstico.

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