Introdução: Dados de literatura indicam a grande relevância da insuficiência cardíaca (IC) no custo do sistema de saúde. No entanto, dados contemporâneos de custo na saúde suplementar e a estratificação destes valores de acordo com a gravidade da doença são limitados no Brasil.
Objetivo: Avaliar numa grande operadora de saúde o custo anual por paciente com IC e sua gradação de acordo com a fração de ejeção
Métodos: Foram analisados custos de acordo com os gastos realizados por uma operadora de saúde brasileira responsável por cerca 3,8 milhões de vidas. Os pacientes com IC foram identificados pelo CID-10 e por processo de linguagem natural (NLP). A fração de ejeção foi extraída pelo NLP e atribuída a cada paciente. Os custos foram comparados entre o grupo de pacientes com insuficiência cardíaca e a população geral da operadora de saúde. No grupo de pacientes com insuficiência cardíaca o custo foi categorizado nos seguintes níveis de fração de ejeção: >50%, 41-50%, <40%. Nestas categorias, comparou-se também a frequência de idas ao pronto-socorro e de internações.
Resultados: Um total de 12.010 pacientes com IC foram identificados. A proporção de pacientes High Utilizers do sistema de saúde (alto custo e alta frequência) é mais de 11x maior na população de pacientes com IC comparado à população geral (23% x 2%; P<0,01). A análise de custo geral por paciente por ano (PMPY), internação e visita ao pronto-socorro nos diferentes grupos está discriminada na tabela abaixo.
Conclusão: A insuficiência cardíaca apresenta alto consumo de recursos no sistema privado de saúde brasileiro e este custo evolui de forma inversa ao valor da fração de ejeção. O conhecimento destes valores possibilitará o dimensionamento do impacto financeiro de políticas de saúde que reduzem a incidência e a gravidade da insuficiência cardíaca.