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Desenvolvimento de um escore de estratificação de risco com base em preditores sociais em pacientes submetidos ao implante de cardiodesfibrilador implantável.

Viana TT, Vieira de Melo RM, Figueiredo CS, Carvalho W, Passos LC
Hospital Ana Nery - Salvador - Ba - Brasil

Fundamentação: O cardiodesfibrilador implantável (CDI)demonstrou ser eficaz na redução da mortalidade cardiovascular em pacientes selecionados portadores de cardiomiopatia em prevenção primária e secundária. Contudo, por tratar-se de um procedimento invasivo e de alto custo, faz-se necessário identificar os pacientes que mais se beneficiam dessa terapia. A avaliação de uma equipe multiprofissional para candidatos a CDI pode contribuir para a melhoria dos resultados.

Objetivo: Desenvolvimento de escore de risco com base em preditores sociais, em pacientes submetidos ao implante de CDI.

Métodos: Coorte prospectiva realizada entre janeiro de 2017 e setembro de 2019 com pacientes submetidos ao implante de CDI em prevenção primária e secundária. Os pacientes foram avaliados antes do implante do dispositivo por uma equipe multidisciplinar que analisou quatro preditores sociais para um desfecho desfavorável (baixa adesão à medicação, presença de riscos psicossociais, baixa renda familiar e baixo nível de escolaridade). O escore social foi calculado pela soma aritmética simples do número de preditores presentes em cada paciente. Foi utilizado no modelo multivariado por regressão de Cox as variáveis com possível associação (p<0,1) com mortalidade em 1 ano de seguimento.

 

Resultados: 205 pacientes foram avaliados com seguimento médio de 416,5 (± 271,6dias. 140 (68,3%) eram do sexo masculino, idade média de 54,6 anos (± 14,6) e FEVE média de 43,8% (± 18,5). A maioria dos pacientes 160 (78,0%) foram indicados por prevenção secundária, sendo a doença de Chagas a causa mais prevalente de cardiomiopatia 113 (55,1%). A mortalidadeem 1 ano foi de 32 (15,6%). Na análise multivariada, com a inclusão das variáveis, idade, prevenção secundária, doença de Chagas, FEVE < 40% e escore social, apenas a maior pontuação no escore social e a FEVE < 40% foram independentemente associados à mortalidade em 1 ano, RR: 1,5, IC 1,2-2,0; p=0,003 e RR: 4,1, IC 1,2-14,2; p=0,02, respectivamente. A mortalidade aumentou significativamente à medida que a pontuação no escore social aumentou: 6,0% para uma pontuação de 0, 7,5% para 1 ponto; 21,7% para 2 pontos; 25,0% para 3 pontos e 29,0% para 4 pontos; p=0,006, Log-Rank (figura 1). 

Conclusão: O escore social pode representar uma ferramenta simples de prognóstico que pode ser empregada de maneira útil em candidatos a CDI. O uso de uma equipe multiprofissional para avaliar pacientes candidatos à CDI pode ajudar a identificar corretamente os pacientes que podem se beneficiar mais da terapia.

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