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Os impactos psicológicos do cardioversor desfibrilador implantável no paciente com fibrilação atrial

Mônica Alves Verlings, Priscila Maria Gabos, Adriana Aparecida Fregonese, Silvia Maria Cury Ismael
HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: A morte súbita por arritmia é um problema encontrado na área de Cardiologia. Uma das terapias utilizadas é o implante do cardioversor desfibrilador implantável (CDI). Esse dispositivo é uma alternativa eficiente para interromper arritmias reduzindo expressivamente ocorrência de morte súbita . Caso sejam detectadas alterações, o CDI aplica um choque de alta energia para desfibrilação. Essa energia é descrita como desconfortável pelos pacientes, podendo causar impactos emocionais. A atuação do psicólogo visa amenizar o impacto emocional do adoecimento e tratamento. MÉTODOS: Relatato de caso de atendimento psicológico em um hospital particular e filantrópico especializado em cardiologia na cidade de São Paulo. Paciente Z., sexo masculino, 62 anos, casado, diagnosticado com Fibrilação Atrial e portador do CDI desde março de 2019. Deu entrada no hospital, acompanhado da esposa, devido aos 16 disparos do CDI. Os dados foram coletados por meio da avaliação e suporte psicológico no atendimento ao paciente e familiar. RESULTADOS: Paciente e familiar apresentavam humor ansioso e fragilidade emocional importante. Os disparos do CDI causaram dor e mal estar físico, suscitaram sentimentos de tristeza, medo, desamparo, sensação de morte, perda do controle e insegurança acerca da alta hospitalar e do futuro. Além disso, paciente e familiar demonstraram conhecimento parcial acerca do funcionamento do dispositivo, impactando negativamente em seu estado emocional e enfrentamento. Foi possível observar sintomas de intenso sofrimento psíquico associado à aversão e imprevisibilidade dos choques, o impacto do adoecimento na família e na atividade laboral, além de dificuldade de adaptação à nova condição de vida. A intervenção psicológica buscou minimizar os sintomas ansiosos, favorecer a elaboração subjetiva do adoecimento, fortalecer os recursos de enfrentamento e sensibilizar acerca da importância do acompanhamento psicoterápico externo a fim de garantir a continuidade do cuidado. O trabalho do psicólogo foi essencial para facilitar a comunicação com a equipe visando auxiliar o paciente e familiar na compreensão do tratamento. CONCLUSÕES: É de suma importância avaliar os impactos psicológicos associados ao implante do CDI a fim de minimizá-los, bem como oferecer um espaço de escuta para acolher e legitimar o sofrimento imposto pelo adoecimento e tratamento. Sendo assim, deve-se tratar não só os aspectos clínicos do tratamento, mas também as questões psicossociais inerentes ao processo, possibilitando que o tratamento seja vivenciado com qualidade de vida.   

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