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DISSECÇÃO DE AORTA ASSOCIADA A INFARTO DO MIOCÁRIDO DE PAREDE INFERIOR NO PUERPÉRIO: RELATO DE CASO

QUEIROZ, J. E. , ANNA FLAVIA MARQUES DA SILVA, MARINA VITÓRIA SILVA COSTA, NATHALIA ABDO ZULIANI, FRANCIELLY DOS SANTOS VIEIRA, LEONARDO TEIXEIRA DE MELO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - - MG - BRASIL

INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares constituem importante causa de morbimortalidade gestacional e puerperal. Por ser rara, a dissecção de aorta tem um diagnóstico difícil na gestação e período puerperal, contribuindo significantemente para a mortalidade materna devido a sua alta taxa de letalidade, compreendendo 4% das causas de morte materna. MÉTODOS: As informações foram obtidas através de exame clínico, revisão do prontuário, registros de exames complementares e tratamento percutâneo e cirúrgico ao qual a paciente foi submetida, confrontando os dados com revisão de literatura feita no Pubmed. RELATO DE CASO: Paciente de 38 anos, primigesta, no quinto dia de puerpério (parto cesáreo), portadora de agenesia renal esquerda, sem outras comorbidades ou intercorrências gestacionais, apresentou precordialgia de forte intensidade com irradiação para dorso, membros superiores, pescoço e mandíbula. Procurou serviço terciário imediatamente, onde deu entrada dispneica, sudoreica, bradicárdica e hipotensa. Eletrocardiograma sugestivo de infarto agudo do miocárdio com supra de ST de parede inferior. Encaminhada à cinecoronariografia, que evidenciou dissecção de Aorta tipo A associada à oclusão aguda de coronária direita e de artéria renal direita, sem oclusão de vasos supraaórticos ou mesentéricos. Foi submetida a implante de stent em coronária direita e, em seguida, a cirurgia emergencial com troca de aorta ascendente por tubo de Dacron número 28 e troca da valva aórtica por prótese biológica Carpentier Edwards número 23, reimplante de coronária esquerda (cirurgia Bentall de Bono), associado a implante de ponte de veia safena para coronária direita. Permaneceu em unidade de terapia intensiva por seis dias para reestabelecimento hemodinâmico, recebendo alta no 11° dia de pós-operatório sem intercorrências maiores. CONCLUSÕES: A dissecção aórtica é uma condição rara que ameaça à vida por dois motivos principais: aumento do risco de ruptura aórtica e comprometimento do fluxo sanguíneo da circulação sistêmica para órgãos nobres por oclusão do lúmen arterial. A gestação é um dos principais fatores de risco para dissecção arterial entre mulheres jovens. Aproximadamente 60% delas ocorrem relacionadas à gravidez e puerpério, sendo a terceira causa de morte materna relacionada a doenças cardiovasculares. A abordagem terapêutica não difere muito daquela proposta para os demais pacientes, sendo a cirurgia emergencial de troca da Aorta ascendente por tubo de Dacron a melhor opção nos casos de dissecção aguda do tipo A.

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