SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Impacto de um modelo multidisciplinar e baseado em evidências para uma rápida recuperação após cirurgia cardíaca: 3 dias são seguros ?

Omar AV Mejia, Gabrielle Barbosa Borgomoni, Nilza Sandra Lasta, Mariana Biason, Nelson Saruhashi, Livia Melro, Marcio Sampaio, Pedro Barros, José Carlos Teixeira Garcia, Valter Furlan
HOSPITAL SAMARITANO PAULISTA - São Paulo - SP - BRASIL

Fundamentos: O conceito do preparo de pacientes para uma rápida recuperação em cirurgia cardíaca ganha destaque pela geração de valor e a sustentabilidade do sistema de saúde. Porém a adaptação aos protocolos, assim como sua segurança precisam ser avaliadas no nosso cenário. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de um modelo (pré-intra e pós-hospitalar) de rápida recuperação, no tempo de internação e na segurança de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.

Métodos: Análise observacional e prospectiva dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca dentro de um modelo de rápida recuperação (MRR = Grupo 1) versus o modelo tradicional (MT = Grupo 0) num hospital de referência. O MRR foi implementado em 2019 utilizando protocolos multidisciplinares e baseados em evidência. Foram estabelecidas métricas por tempo com a finalidade de avaliar a aderência aos protocolos e encontrar oportunidades de melhoria nos processos (Figura 1). Importante ressaltar que mesmo existindo uma sequência de passos no MRR, o paciente só consegue ser progredido segundo sua tolerabilidade. Nenhum paciente que começou o MRR foi trocado para o MT. O ajuste dos grupos foi realizado pela técnica do Propensity Score utilizando o método nearest. Foram consideradas hipóteses unicaudais (direita e esquerda) e bicaudais. O nível de significância adotado foi de 0,05. O software R versão 3.6.0 foi aplicado em todas as análises.

Resultados: No total foram incluídos 20 pacientes dentro do MRR e 488 do MT. Para realizar a seleção de 20 pacientes do grupo MT foram selecionadas 9 variáveis explicativas: idade, gênero, STS risk score, classe funcional, fração de ejeção, insulinodependência, creatinina, tipo de admissão e tempo de circulação extracorpórea. Após confirmar que não houve diferença significativa em relação a estas variáveis, os grupos foram comparados em relação à 11 desfechos: tempo de extubação (horas), tempo de UTI (horas), tempo de internação total (horas), fibrilação atrial, delirium, falha renal, AVC, sépsis, infecção de ferida cirúrgica, readmissão até 30 dias e mortalidade (Figura 2). Não houve diferença em relação aos desfechos, com exceção do tempo de internação total, sendo de 72h (IQ25%=48h, IQ75%=96h) para o MRR e de 120h (IQ25%=114h, IQ75%=150h) para o MT, (p<0,002). Não houveram óbitos em ambos os grupos.

Conclusões: O modelo implementado foi seguro e efetivo para um tempo de internação total de 3 dias. Estes resultados nos fornecem um desafio ainda maior, a transformação em um hospital de rápida recuperação para cirurgia cardíaca.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo