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Dissecção Iatrogênica de Aorta Torácica Ascendente durante Angioplastia conduzida com sucesso por abordagem conservadora

Francielly dos Santos Vieira, Marina Vitória Silva Costa, Nathalia Abdo Zuliani, Jéssica Evangelista de Queiroz, Leonardo Teixeira de Melo, João Lucas O‘Connell, Gabriela Marinho Aquino, Marcos Vinicius Rodrigues Silva, Marcela Gomes de Souza, Fernando Cesar de Sousa Filho
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - - MG - BRASIL

INTRODUÇÃO: A dissecção aguda de Aorta Torácica (DAAT) designa-se por uma ruptura circunferencial ou transversa da íntima do vaso, levando à criação de uma outra luz (falsa) da Aorta, provocada pelo hematoma intramural. Associa-se à uma alta mortalidade dentro das primeiras 72 horas. A dissecção aórtica também pode ser iatrogênica, tendo como causa principal procedimentos endovasculares ou percutâneos, onde a melhor conduta ainda é controversa e alguns autores propõem uma abordagem terapêutica mais cautelosa. RELATO DO CASO: Mulher, 53 anos, hipertensa, com claudicação progressiva e limitante de membros inferiores nos últimos 2 meses e de dor precordial inédita, de forte intensidade, com irradiação para membros superiores há 6 horas. Foi admitida no hospital com Síndrome Coronariana Aguda (SCA) com supra de ST de parede inferior, encaminhada para cinecoronariografia de urgência onde notou-se oclusão médio-distal dos ramos Descendente Posterior e Ventricular Posterior (ramos da artéria Coronária Direita - ACD) por trombos intra-coronários. Durante tentativa de angioplastia de lesões, houve dissecção da ACD, com extensão retrógrada para Aorta Torácica Ascendente. Abortado tentativa de Angioplastia Primária (paciente sem dor e estável) e optado pela suspensão de heparina e anti-agregantes plaquetários. Feito Angiotomografia (AngioTC) de Aorta que evidenciou hematoma em parede de Aorta até o nível do Arco Aórtico. Repetido nova angioTC 3 dias após e visto regressão do hematoma. Discutido caso com cirurgia cardíaca e optado por tratamento conservador. Optou-se por anticoagulação da paciente, que recebeu alta em classe funcional I, com boa função ventricular e mantém-se pouco sintomática 6 meses após o evento.  CONCLUSÃO: A DAAT requer um diagnóstico rápido e preciso, já que sua alta morbimortalidade se dá, em geral, pelo acometimento de ramos arteriais vitais. Estes podem ficar comprometidos por se originarem da falsa luz da Aorta ou por terem o seu óstio comprimido por esta, além do risco de hemopericárdio, hemotórax ou outros quadros letais. Apesar da dissecção iatrogênica da Aorta também ser potencialmente fatal, o seu manejo terapêutico ainda não é bem estabelecido. Este caso demonstra o sucesso do manejo conservador, com acompanhamento clínico e laboratorial após uma DAAT iatrogênica secundária a uma tentativa de angioplastia coronária durante uma SCA. A discussão de casos semelhantes e o acúmulo de experiência no manejo desta entidade clínica deve ser estimulado para que possamos definir as melhores medidas diagnósticas e terapêuticas a serem adotadas.

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