Introdução: A diminuição da sensibilidade barorreflexa(SBR), está associada ao aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares enquanto a prática regular de exercício físico é um fator protetor do sistema cardiovascular, promovendo modificações cardíacas e vasculares. Entretanto, ainda não está claro se essas alterações com o exercício físico são decorrentes de modificações da SBR. Assim, o objetivo desse estudo foi comparar as respostas da SBR em repouso e após manobra postural ativa em sedentários e ciclistas recreacionais. Métodos: Estudo transversal, conduzido em 56 homens aparentemente saudáveis (20 a 40 anos), que foram alocados nos grupos ATLETAS (n=31) e SEDENTÁRIOS (n=25). Os intervalos RR (iRR) do ECG e ondas de pressão arterial sistólica (PAS) foram registrados por meio de bioamplificador de sinais (BioAmp, ADinstruments) e dispositivo de fotopletismografia (Finometer-PRO, Finapres Medical System), respectivamente. Os sinais foram coletados nas posturas supina e ortostática,15min em cada posição. A SBR foi avaliada pelo método da sequência, derivada da análise entre as oscilações dos iRR e PAS. Foram consideradas sequências com 4 batimentos, sendo positivas (aumento consecutivo) ou negativas (redução consecutiva) do iRR e da PAS. A SBR foi determinada como a média das inclinações das linhas de regressão dos iRR e PAS calculadas sobre todos os padrões iRR-PAS de origem barorreflexa. Também foi determinada a porcentagem de todos esses padrões em relação à quantidade total de sequências iRR-PAS (SEQ%). O teste Anova Two-Way de medidas repetidas foi aplicado para detectar as diferenças entre condições experimentais e grupos. A análise estatística foi realizada utilizando um software comercial. Um p<0.05 foi considerado significativo. Resultados: Os marcadores barorreflexos foram afetados pela manobra postural nos dois grupos, um declínio da SBR foi observado durante o ortostatismo (atletas:19.5vs.9.1 ms.mmHg-1,p<0.001; sedentários:19.1vs.8.7 ms.mmHg-1,p<0.001), enquanto o SEQ% aumentou (atletas:5.5%vs.12.9%,p<0.001; sedentários: 6%vs.12%,p<0.001). Contudo, não foram encontradas diferenças entre os grupos, independentemente da postura. Conclusões: Embora a prática de exercício físico aeróbico seja um fator cardioprotetor, as modificações sobre o sistema cardiovascular podem ser atribuídas a alterações que vão além da regulação barorreflexa cardíaca, ocorrendo por outros mecanismos fisiológicos, os quais devem ser investigados para melhor especificidade na prescrição do exercício físico. Apoio Financeiro:FAPESP(2017/13402-0 e 2016/22215-7).
