Introdução: A população masculina não se reconhece como alvo de atendimento em saúde, possuindo frequência bem menor nos serviços de atenção primária quando comparada à feminina, fato esse correlacionado a essência histórico-cultural do homem que o condiciona a ideia de invulnerabilidade. Junto a isso, nessa população, a alta incidência e prevalência de hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, inatividade física e obesidade constituem os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Soma-se ainda a vulnerabilidade presente diante dos baixos níveis socioeconômicos e da baixa escolaridade, frequentemente, encontrados no grupo específico avaliado por este estudo. Portanto, com o intuito de avaliar os riscos cardiovasculares e orienta-los sobre a importância de sua prevenção, o trabalho foi realizado em uma casa de passagem de um município do noroeste paulista.
Método: Estudo quantitativo, descritivo, de base populacional, desenvolvido com indivíduos do sexo masculino, contando com 33 participantes, na faixa etária entre 30 e 65 anos, pertencentes a uma casa de passagem em um município do noroeste paulista. A coleta de dados foi realizada por meio de questionários, aferição da pressão arterial, peso, estatura, circunferência abdominal e cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC).
Resultados: Notou-se que a faixa etária média no estudo foi entre 41-60 anos, representando 61% dos avaliados, sendo a idade de maior prevalência para desenvolvimento de doenças cardiovasculares. 11% dos participantes encontravam-se em pré-hipertensão e 22% em algum grau de hipertensão arterial, destes, 11%, 7% e 4% classificavam-se em hipertensão grau 1, 2 e 3, respectivamente. 64,3% apresentaram-se em risco ou alto risco para complicações cardiovasculares, de acordo com a circunferência abdominal. 32,1% apresentaram-se em sobrepeso e 21,4% em algum grau de obesidade. 53,6% não praticam atividades físicas regularmente. 93% possuem hábitos tabagistas, com consumo mínimo de 1 maço por dia.
Conclusões: Os dados coletados corroboram com os dados da literatura, sobre o aumento do risco cardiovascular na população masculina, estando este diretamente relacionado ao histórico cultural do país e hábitos de vida desta população. As orientações foram realizadas, além do esclarecimento de dúvidas frente aos principais fatores de risco cardiovasculares, possibilitando, quando fora dos padrões de normalidade, o referenciamento à Unidade Básica de Saúde adscrita ao território.