Introdução: Diagnostica-se a presença de Aneurismas de Artérias Coronárias (AAC)
quando detectamos uma dilatação segmentar do vaso em que seu diâmetro exceda em
1,5 vezes os segmentos adjacentes, ou ainda, exceda em 1,5 vezes o maior diâmetro
daquele vaso. A incidência dos aneurismas varie entre 1,5% e 5% em adultos, mais
frequentes no sexo masculino. Os aneurismas podem estar associados às arterites de
Takayasu, Kawasaki, poliarterite nodosa e sifilítica, e ainda a trauma, disseção,
angioplastia, aterectomia e exposição a herbicidas. Apesar de relação com a
arterosclerose coronariana, há controversas quanto ao papel dos fatores de risco
clássicos na gênese dos aneurismas. Relato do caso: Masculino, 49 anos, obeso grau
III, hipertenso. Apresentou precordialgia típica e identificado infarto agudo do
miocárdio (IAM) com supradesnivelamento de ST de parede inferior. Cateterismo
emergencial mostrou ectasia em toda a extensão da coronária direita (CD), com
aneurisma (diâmetro interno máximo do vaso estimado em 12 mm) associado a trombo
oclusivo no terço médio. Ectasias discretas, sem estenoses significativas em
descendente anterior e circunflexa. Feito tentativa de angioplastia transluminal
coronária primária por balão associado à trombólise intra-coronária em ataque
(Tenecteplase) e manutenção endovenosa com obtenção de fluxo coronário TIMI II.
Não foi possível o implante de stent coronário pela dilatação excessiva do vaso.
Paciente evoluiu bem e não apresentou novos eventos cardiovasculares nos últimos 6
meses. Usou Aspirina (100 mg/dia) nos primeiros 28 dias, agora em uso de Clopidogrel
(75 mgdia) e Rivaroxabana (15 mg/dia). Conclusão: A fisiopatologia do ACC é
atribuída a danos endoteliais, multi-fatoriais, que ativam mediadores inflamatórios. Não
há diretrizes para ACC na síndrome coronariana aguda. Nos casos que cursam com
IAM, a revascularição percutânea associa-se a embolização distal do trombo, fenômeno
de não-refluxo, mal posicionamento do stent, dissecção, ruptura e comprometimento do
fluxo. Não existem dados na literatura quanto à eficácia da terapia trombolítica intra-
venosa e nem intra-arterial coronária para estes casos. Este caso sugere que, na
emergência, a Angioplastia por balão associada ao uso de trombolíticos (se não se
consegue recanalização do vaso somente por balão), seguido do tratamento clínico
otimizado com estatinas em alta dose, antiagregação plaquetária (única ou dupla) com
anticoagulação efetiva por longo prazo podem ser boas opções terapêuticas para casos
selecionados de IAM associados a ACC.