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Morte Súbita Abortada em jovem: Torsades de Pointes secundária a Hiperaldosteronismo Primário

COSTA FILHO FF, MARTINS CSL, OLIVEIRA LLA, GARCIA MS, GOLLINO Y, MAGALHAES CD, ALMEIDA MQ, CONCEIÇÃO-SOUZA GE
Hospital Regional de São José dos Campos - São José dos Campos - São Paulo - Brasil, HOSPITAL DAS CLÍNICAS FACULDADE DE MEDICINA DA USP - SÃO PAULO - SÃO PAULO - BRASIL

Introdução: O hiperaldosteronismo primário é uma condição clínica determinada por produção excessiva e autônoma de aldosterona. A hipocalemia está presente em até 37% dos casos. A depleção de potássio pode causar mialgia, fraqueza muscular, parestesia ou arritmias cardíacas. Relato do Caso: Mulher, 36 anos, hipertensa desde 28 anos. Em uso diário de Anlodipino 5mg, Atenolol 50mg e Hidroclorotiazida 25mg, sem controle pressórico adequado. Oito meses antes da admissão hospitalar, passou a apresentar episódios de fraqueza associada à dor muscular. Um dia antes de ser transferida para o nosso nosocômio, procurou Pronto Socorro de seu município, por apresentar nova crise de fraqueza, associada à parestesia, náuseas, tontura e palpitações. Levantada a hipótese de transtorno psiquiátrico. Enquanto aguardava para receber sintomáticos, apresentou parada cardiorrespiratória (PCR) em Fibrilação Ventricular (FV). Prontamente reanimada, recebeu desfibrilação com 200J. Eletrocardiograma (ECG) pós PCR evidenciava ritmo sinusal, infra ST nas derivações precordiais, extrassístole ventricular, exacerbação da onda U e intervalo QTc de 596ms (Figura 1). Transferida ao nosso Serviço para avaliar indicação cardiodesfibrilador implantável (CDI). Exames de admissão revelaram hipocalemia grave com K 1,0 mEq/L. Durante passagem de cateter central observou-se, ao monitor, torsades de pointes (TdP) que degenerou para FV e nova PCR. Prontamente atendida recebeu desfibrilação com retorno da circulação espontânea. Recuperou completamente a força muscular e normalizou ECG após correção do potássio. Em investigação para causas de hipocalemia, Tomografia de abdome que revelou “nódulo com densidade de gordura na adrenal esquerda de 2,5cm, sugestivo de adenoma” (Figura 2); aldosterona sérica de 45,10ng/dL (VN < 39,20ng/dL), renina 1,4micUI/mL (VR 2,8 – 46,1micUI/mL). Fechado diagnóstico de hiperaldosteronismo primário, a paciente recebeu alta com potássio de 4,2mEq/L, assintomática, em uso de espironolactona 50mg ao dia, em programação de exérese de nódulo suprarrenal ambulatorialmente. Discussão: A hipocalemia grave pode se apresentar com sintomas inespecíficos. Taís sintomas podem ser erroneamente atribuídos a um transtorno psiquiátrico. Entretanto arritmias graves podem surgir. Diante de um quadro de TdP, é importante descartar causas secundárias de QT longo. Diante de um paciente com hipocalemia e antecedente de HAS, o hiperaldosteronismo primário deve ser pensado. O correto diagnóstico de uma causa reversível de QT longo evita a indicação inadvertida de um CDI.

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