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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Existe alguma associação entre intervalo PR longo e a amplitude das ondas “f” em pacientes com fibrilação atrial paroxística?

DALMO A R MOREIRA, RICARDO HABIB, PAULO A. COSTA, KLEBER SERAFIM, CLAUDIA FRAGATA, ROGERIO ANDALAFT, LUCIANA ARMAGANIJAN, BRUNO VALDIGEN, LUIZ R. MORAES
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: O intervalo PR longo associa-se à baixa voltagem da atividade elétrica atrial em pacientes (P) com fibrilação atrial (FA). A amplitude da onda “f” relaciona-se  também com a voltagem atrial, à maior duração da FA e maior diâmetro atrial. A história de bloqueio AV de primeiro grau e a baixa amplitude das ondas “f” indicam maior remodelamento atrial e maior chance de recorrência de FA após ablação de vv. pulmonares. Ainda não foi investigado se a duração do intervalo PR guarda alguma relação com a amplitude das ondas “f” em P com FA paroxística.Tal associação poderia ser uma prova de conceito de maior dano à atividade elétrica atrial mesmo em P com FA paroxística. 

Objetivo: Avaliar se o bloqueio atrioventricular do primeiro grau associa-se ao registro de ondas “f” de baixa amplitude em P com FA. Essa é uma análise eletrocardiográfica exploratória inicial  que avalia essa condição em P ambulatoriais.

Métodos: Foram revisados exames de Holter de 24 horas de 660 P consecutivos com FA paroxística e selecionados aqueles com intervalo PR >200 ms (Grupo 1, G1) e estabelecida sua associação com a amplitude das ondas “f”. Esses resultados foram comparados ao Holter de P com FA paroxística com intervalo PR normal (intervalo PR ≤ 200 ms; Grupo 2, G2).

Resultados: Dos 660 P, 36 (6%; 25♂, 11♀ com  média de idade  72±8anos, variando entre 34 e 92 anos) eram do G1 e 34 P eram do G2 (17♂, 17♀ com média de idade  64±10 anos, variando entre 41 e 82 anos; p=0,027 para idades de G1 e G2). A duração do intervalo PR foi significativamente maior nos P do G1 do que do G2 (262±35 ms vs. 156±20 ms para G1 e G2 respectivamente; p=0,002).  A média da amplitude das ondas “f” nos P do G1 foi significativamente menor em relação ao dos P do G2 (0,12±0,07mV vs. 0,20±0,05mv; p<0,001), indicando provável maior grau de remodelamento atrial em P com FA paroxística, de maneira similar à forma crônica. A análise de regressão logística mostrou que o aumento do  intervalo PR associou-se à redução significativa da amplitude das ondas “f” (r=0,62;  p<0,001).

Conclusões: a) O intervalo PR longo associa-se à ondas “f” de baixa amplitude em P com FA paroxística; b) essas variáveis devem ter causas comuns e indicam maior remodelamento elétrico e histológico atriais; c) esse conceito deve ser considerado quando da indicação da terapêutica para obtenção do ritmo sinusal (fármacos ou ablação vv. pulmonares); d) esses achados devem ser correlacionados com outras informações clínicas para serem confirmados.

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