Introdução: A utilização de marcadores laboratoriais em pacientes com síncope no Brasil ainda é pouco descrita. No entanto, pode ser determinante na perspectiva de internação e avaliação de risco. Na literatura o tema ainda é controverso. Métodos: Estudo retrospectivo, multicêntrico e observacional com o objetivo de avaliar a relação entre a utilização de marcadores laboratoriais com eventos combinados em pacientes com síncope. Foram incluídos 325 pacientes e avaliados: creatinina, hemoglobina, proteína-C reativa, BNP e troponina. Análise estatística: A avaliação dos marcadores laboratoriais com a ocorrência ou não de eventos combinados intra hospitalares (cirurgia valvar, revascularização coronariana cirúrgica ou percutânea, necessidade de implante de dispositivo eletrônico implantável, choque cardiogênico, parada cardiorrespiratória e morte) foi realizada através de teste-T (significativo p < 0,05). A análise multivariada foi realizada por regressão logística, sendo considerado significativo p < 0,05, quando o desfecho apresentasse significância estatística. Resultados: A mediana de idade foi de 63 anos com 49,5% de pessoas do sexo masculino. Em todos os cinco marcadores estudados não se encontraram diferenças significativas entre pacientes que tiveram ou não eventos combinados. Os resultados encontrados entre pacientes que apresentaram ou não eventos combinados foram: creatinina de 1,29 + 0,55 mg/dl vs. 1,39 + 0,89 mg/dl (p = 0,270), hemoglobina de 13,38 + 1,89 mg/dl vs. 13,05 + 2,12 mg/dl (p = 0,263), proteína-C reativa de 13,87 + 21,59 mg/dl vs. 13.17 + 19,61 mg/dl (p = 0,827), BNP de 733,23 + 961,31 pg/ml vs. 454,33 + 550,18 pg/ml (p = 0,164) e troponina de 2,04 + 5,63 ng/ml vs. 1,3 + 6,46 ng/ml (p = 0,452), respectivamente. Conclusão: Até o momento não identificamos nenhum marcador laboratorial capaz de estimar risco na avaliação de eventos na população brasileira com síncope.