Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil sendo a maior causa de incapacidade crônica em adultos. A reabilitação cardiovascular é uma opção terapêutica que vem sendo estudada em indivíduos pós-AVC para melhorar a independência funcional durante as atividades de vida diária e diminuir o gasto energético.Objetivo: Verificar o efeito de um programa de exercício físico sobre as variáveis ecocardiográficas morfofuncionais e a qualidade de vida dos pacientes após AVC isquêmico. Métodos: Está sendo realizado ensaio clínico longitudinal, randomizado, composto por pacientes com AVC isquêmico em fase crônica, clinicamente estável. Os pacientes estão sendo randomizados em dois grupos: Grupo Controle (GC): intervenção fisioterapêutica conforme o protocolo do National Institute for Health and Care Excellence, por 45 minutos, três vezes por semana, durante 16 semanas; e Grupo Intervenção (GI): reabilitação cardiovascular em esteira ergométrica programada em velocidade e inclinação compatíveis com a capacidade individual por 45 minutos, três vezes por semana, durante 16 semanas. Os pacientes dos dois grupos estão sendo submetidos ao ecocardiograma transtorácico e à avaliação da qualidade de vida (EuroQol) no início e final do protocolo. As comparações entre os grupos foram realizadas por meio do teste “t” de Student. As comparações entre os momentos, pré e pós-intervenção, foram efetuadas por meio do teste t pareado. Nível de significância: p<0,05. Até o momento, foram finalizadas e analisadas as participações no estudo de 17 pacientes (GC=7 e GI=10) e estão em andamento participações de outros pacientes. Resultados: Houve melhora significante das variáveis ecocardiográficas morfofuncionais: diâmetro sistólico do ventrículo esquerdo (DSVE, p=0,02), massa do ventrículo esquerdo (MVE, p<0,01), índice de MVE (IMVE, p<0,01), diâmetro do átrio esquerdo (AE, p<0,01); fração de ejeção do VE (FE, p<0,01); velocidade de excursão sistólica do anel mitral ao Doppler tissular (Onda S, p=0,04); índice do volume do átrio esquerdo (IVAE, p<0,01) e razão E/E’ (p=0,02) nos pacientes do GI quando comparado ao GC, ao final do protocolo de pesquisa. Houve melhora no GI em relação ao GC no domínio dor e desconforto do questionário EuroQuol (p=0,02) no final do protocolo. Conclusão: Amelhora dos parâmetros ecocardiográficos morfofuncionais e da dor após o programa de reabilitação cardiovascular sugere um impacto favorável na função cardíaca e na qualidade de vida dos pacientes após AVC.
