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Suboclusão ostial de Artéria Descendente Anterior anômala como causa de Síndrome Coronariana Aguda

Marcos Vinicius Rodrigues Silva, Gabriela Carolina Borges, Leonardo Teixeira Melo, Fernando Fazzio, Fernando Vaz Vieira, Guilherme de Sousa Ferreira, Fernando Fernandes, Joao Lucas O'Connell
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - - MG - BRASIL

As anomalias de artérias coronárias têm prevalência de cerca de 1,3% na população. Geralmente, são achados em exames diagnósticos, sem significado clínico relevante, embora possam se associar a outros defeitos anatômicos congênitos em 40% dos casos. Uma anomalia coronariana deve ser definida como qualquer padrão coronariano com uma característica raramente encontrada na população geral (em menos de 1% dos pacientes). Na anatomia coronariana normal, as porções basal e média do septo interventricular posterior são irrigados ou pela artéria coronária direita ou pela artéria circunflexa. Em raríssimos casos, todo o septo interventricular anterior e posterior pode ser irrigado exclusivamente pela artéria Descendente Anterior (ADA).

Paciente masculino, 35 anos, previamente hígido, tabagista e usuário crônico de anfetaminas. Apresentou quadro de dor torácica típica a esforços progressivos nas últimas semanas, com um episódio após pequeno esforço na véspera da internação.  Marcadores de necrose miocárdica e eletrocardiograma não demonstraram alterações. Foi encaminhado para a realização de angiotomografia coronariana que evidenciou placa aterosclerótica mista, com predomínio de conteúdo lipídico, levando à estenose luminal de 90% em região proximal de ADA. Notou-se ainda importante variação anatômica com a ADA irrigando todo o septo interventricular anterior e posterior, sendo que nem a coronária direita ou a artéria circunflexa (ACX) cruzavam o “crux cordis”. Foi encaminhado para realização de cateterismo cardíaco que confirmou estenose ostial de ADA. Realizado então angioplastia com implante de stents farmacológicos em bifurcação ADA-ACX, com bom resultado angiográfico final. Paciente recebeu alta em 2 dias, mantendo-se assintomático e sem novos eventos um ano após o procedimento.

Trazemos um caso de raríssima anomalia coronariana em paciente jovem que não apresenta fatores de risco clássicos para aterosclerose. A avaliação clínica e a percepção subjetiva da potencial gravidade do quadro pelo caráter progressivo da dor (mesmo com eletrocardiograma e enzimas cardíacas normais) foram fundamentais para evitar uma evolução desfavorável. A estratificação anatômica não invasiva pela angiotomografia é uma ferramenta cada vez mais utilizada nos casos de Síndromes Coronarianas Agudas em pacientes portadores de escores de risco baixo ou intermediário. 

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