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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

CESARIANA EM PORTADORA DE COARCTAÇÃO DE AORTA NÃO CORRIGIDA.

HÉLIO DE CASTRO JÚNIOR, BRUNO M. BARCELLOS, MARCO A.C. RESENDE, ALEXANDRA R. ASSAD, HUGO C.T. SIQUEIRA, FÁBIO B. CARMO, FERNANDA M. LOUREIRO, MONIQUE S. JARDIM, DANIELLE P. ALMEIDA, LÍVIA F. SAMPAIO
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - NITERÓI - RIO DE JANEIRO - BRASIL

Introdução: A coarctação aórtica (CoAo) corresponde a cerca de 6% a 8% de todos os defeitos cardíacos congênitos, sendo o  sexto defeito mais comum no Brasil. CoAo é o estreitamento da aorta torácica, geralmente distal à artéria subclávia esquerda. Relato de caso: Mulher de 31 anos, 29ª semana de gestação, portadora de CoAo, não corrigida. Aos 27 anos foi indicada cirurgia, porém recusou, sendo orientada quanto aos riscos de uma gravidez. Na 24ª semana iniciou quadro de dispneia e palpitações, com piora progressiva, inclusive com sintomas em repouso. Ecocardiograma mostrou diâmetros cavitários e função biventricular normais; Doppler colorido evidencia gradiente máximo pós-coarctação de 75 mmHg, sendo indicada a interrupção da gravidez na 29ª semana. Após recusa da anestesia geral foi submetida à cesárea sob anestesia peridural, com dupla monitorização invasiva da pressão arterial (PA), em radial direita e femoral esquerda. Na cirurgia apresentou PA sistólica no membro superior: 175x72mmHg e no membro inferior: 124x70mmHg, objetivando manter níveis de PA adequados, evitando a redução da perfusão uteroplacentária. O parto ocorreu sem intercorrências, após permanecerem em unidade de terapia intensiva, ambos receberam alta hospitalar. Discussão: A literatura apresenta associação da CoAo com outros defeitos congênitos, como os defeitos do septo interventricular e a valva aórtica bicúspide. Existem variações anatômicas quanto à localização e o grau de estreitamento da aorta, que mais comumente acomete a aorta torácica distal à emergência da artéria subclávia esquerda.   O diagnóstico geralmente ocorre na juventude. A aortografia é o padrão ouro para o diagnóstico. A ecocardiografia com Doppler colorido possui elevada acurácia diagnóstica, permitindo estudos seriados. A CoaAo possui elevada morbimortalidade, quando não tratada, com taxas de complicações que aumentam com a idade. A CoAo é pouco tolerada durante a gestação e está associada à hipertensão arterial sistêmica (HAS), ao acidente vascular cerebral e à ruptura aórtica, sendo importante o tratamento antes da gravidez. Possíveis alterações na parede da aorta durante o estado gravídico, aortopatia associada à coarctação e a hipertensão HAS crônica aumentam o risco de ruptura ou dissecção. O controle adequado do duplo produto diminui o risco de complicações, pois reduz o estresse parietal na aorta. Técnicas anestésicas são propostas para a interrupção da gestação, desde anestesia geral a bloqueios de neuroeixo. A técnica epidural contínua possibilitou a anestesia gradual, com pouca repercussão hemodinâmica.

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