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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Existe algum marcador laboratorial prognóstico ideal em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada e baixo débito cardíaco na sala de emergência?

Rizerio, BG, Biselli B, Teixeira RL, De Barros e Silva PGM, Cesar MC, Roque EAC, Lopes R, Bocchi EA, Oliveira Jr MT, Soeiro AM
Instituto do Coração - InCor HCFMUSP - SP - SP - Brasil, H. Samaritano - SP - SP - Brasil, H. Metropolitano - Serra - ES - Brasil

Introdução: Fatores de risco prognósticos em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) descompensada no Brasil ainda são pouco descritos. No entanto, podem ser determinantes no manejo diagnóstico e tratamento. O uso de marcadores laboratoriais pode contribuir na avaliação prognóstica no momento da admissão. Métodos: Estudo observacional, prospectivo e multicêntrico com o objetivo de avaliar a relação entre marcadores laboratoriais e mortalidade em pacientes com IC descompensada e baixo débito cardíaco. Foram incluídos 909 pacientes admitidos em serviços de emergência e avaliados: creatinina, hemoglobina, leucograma, plaquetas, lactato arterial, proteína-C reativa, BNP, transaminases, bilirrubinas, uréia, TSH e troponina. Análise estatística: A avaliação dos achados de acordo com a ocorrência ou não de morte intrahospitalar foi realizada através de teste-T (significativo p < 0,05). A análise multivariada foi realizada por regressão logística, sendo considerado significativo p < 0,05. A análise complementar dos fatores foi feita por curva ROC como discriminador de probabilidade de morte.  Resultados: A mediana de idade foi de 64,15 anos sendo 60% do sexo masculino. Houve 300 (33%) óbitos durante a internação. Os seguintes marcadores laboratoriais estiveram associados a maior mortalidade na análise univariada: contagem de plaquetas, hemoglobina, proteína-C reativa, troponina, bilirrubinas totais, ureia e TSH. Na análise multivariada, somente hemoglobina (7,4 + 6,8 mg/dl vs. 5,7 + 6,6 mg/dl; OR = 1,047; IC: 1,011 – 1,083, p = 0,010) e uréia (125,0 + 65,1 mg/dl vs. 93,7 + 54,0 mg/dl; OR = 1,010; IC: 1,006 – 1,013, p < 0,0001) mantiveram correlação com mortalidade intrahospitalar. As áreas sob a curva ROC entre os marcadores e mortalidade foram: hemoglobina = 0,556 (0,517 - 0,596); e uréia = 0,648 (0,600 – 0,697). Os melhores pontos de corte para discriminar o risco de morte foram: hemoglobina = 6,7 mg/dl (sensibilidade de 58% e especificidade de 56%); e uréia = 117,5 mg/dl (sensibilidade de 48,2% e especificidade de 77%). Conclusão: Hemoglobina e uréia foram os marcadores laboratoriais na admissão que mostraram correlação com mortalidade intrahospitalar em pacientes com IC descompensada e baixo débito cardíaco. Até onde temos conhecimento, essa é a maior coorte brasileira de pacientes admitidos na emergência com baixo débito cardíaco.

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