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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

FATORES DE RISCO ASSOCIADOS COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EM CIRURGIA CARDÍACA

Luana Quintana Marchesan , Maria Clara Lovato, Pedro Cargnelutti de Araújo, Letícia Fioravante da Silveira, Diego Chemello
Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria - RS - Brasil

Introdução: A morbimortalidade relacionada à cirurgia cardíaca, particularmente o acidente vascular encefálico (AVE) tem seus resultados influenciados pelas características clínicas dos pacientes, bem como por aspectos inerentes ao procedimento. Os resultados refletem ainda a qualidade dos serviços de saúde. Objetivo: Avaliar preditores de AVE associados à cirurgia cardíaca em um hospital universitário do sul do Brasil. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo. O desfecho primário foi a incidência de AVE nos primeiros 7 dias de pós-operatório de cirurgia cardíaca. O diagnóstico foi considerado quando firmado por neurologista, associado a exame de imagem complementar. Análises univariadas foram realizadas com os testes t-student e qui-quadrado. Regressão de Poisson foi realizada para determinar preditores de AVE. Foram considerados significativos valores de p < 0,05. Resultados: Foram incluídas 678 cirurgias entre 2011 e 2018. A média de idade da população foi de 61,4 ± 10,7 anos, com predomínio do sexo masculino (69,2%), hipertensos (82%) e pacientes com cardiopatia isquêmica documentada (77%). Parcelada expressiva da população também tinha doença carotídea (41,1%), infarto agudo do miocárdio recente (31,6%) e AVC/AIT prévio (9,1%). A maioria dos pacientes (53,3%) foi submetido a cirurgia em caráter de urgência, ou seja, necessitou de correção cirúrgica na mesma internação hospitalar. A maioria dos procedimentos foi simples: CRM (68,1%), troca valvar aórtica (12,4%) e troca valvar mitral (6,5%) e apenas 10,7% dos procedimentos foi combinado. AVE pós-operatório ocorreu em 24 pacientes (3,5%), sendo a maioria dos eventos isquêmico (3,3%) e com diagnóstico nas primeiras 72 horas pós-operatórias (2,9%). A mortalidade geral na população foi de 7,1% (n=47) e a mortalidade nos pacientes que cursaram com AVE foi de 20,8% (n=5). Após análise multivariada, permaneceram fatores de risco para AVE na amostra: AVE/AIT prévio (RR=2,7 - 95% IC 1,108 - 6,559 – p < 0,029); doença carotídea (RR=4,0 – 95% IC 1,429 -11,440 – p< 0,008), fibrilação atrial (FA) prévia (RR=3,1 – 95% IC 1,209- 7,935 – p < 0,019) e plaquetas pré-operatórias ≥ 230 mil/mm³ (RR=2,5- 95% IC 1,059- 5,882 – p< 0,037). Conclusões: Em um hospital universitário do sul do Brasil, a incidência de AVE na população estudada foi similar a relatada em outros estudos. Os pacientes que cursaram com esse evento apresentaram uma maior mortalidade em relação ao restante da amostra. Preditores independentes de AVE foram AVE/AIT prévio, doença carotídea, FA prévia e plaquetas pré-operatórias.

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