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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Dissecção espontânea de artéria descendente anterior e parada cardiorrespiratória após o plantão noturno

Giustina, RD, Beuther, J, Batista, AB, Trombetta, H, Silva, MM, Herner, MC, Pedro, RL, Botelho, FS, Varela, AM, Adam, EL
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná - Curitiba - PR - Brasil

Introdução: Descrita como uma causa rara e potencialmente fatal de síndrome coronariana aguda, a dissecção espontânea de artérias coronárias (DEAC) costuma ser subdiagnosticada. Sua correta identificação é fundamental, já que apresenta tratamento e prognóstico diferente da doença coronária aterosclerótica.

Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 41 anos, técnica de enfermagem, iniciou com dor torácica típica após trabalhar no turno noturno. Voltou ao local de trabalho, sendo realizado eletrocardiograma que evidenciou supradesnível de ST de V3 a V6. Evoluiu com parada cardiorrespiratória em ritmo de fibrilação ventricular, com retorno à circulação espontânea após 14 minutos de reanimação cardiopulmonar, incluindo três desfibrilações. Na coronariografia, não foram encontradas lesões obstrutivas. Entretanto, foi observado segmento com discreta redução de calibre na artéria descendente anterior, iniciando-se antes do primeiro ramo diagonal e estendendo-se até o terço médio, com recuperação do calibre do vaso próximo à região apical, sugerindo DEAC tipo 2A pela classificação de Saw (Figura 1). A ventriculografia e o ecocardiograma mostraram hipocinesia dos segmentos médios e acinesia de todos os segmentos apicais, com fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 43%. A ressonância magnética demonstrou fibrose de padrão isquêmico nos segmentos miocárdicos afetados, afastando o diagnóstico alternativo de Takotsubo, além da presença de trombo apical (Figura 2). Após compensação clínica, terapia medicamentosa para insuficiência cardíaca e início de anticoagulação, a paciente recebeu alta hospitalar assintomática.

Figura 1. Coronariografia com discreta redução de calibre na artéria descendente anterior, com recuperação do calibre do vaso próximo à região apical.

 

Figura 2. Realce tardio da cine-ressonância magnética cardíaca.

Discussão: O diagnóstico da DEAC requer análise atenta da coronariografia, já que o achado clássico da lâmina de dissecção pode estar ausente em cerca de 70% dos casos. Mesmo sem o uso da imagem intravascular, a imagem angiográfica compatível com DEAC combinada com o padrão isquêmico de fibrose na ressonância permitem o diagnóstico da DEAC de forma acurada.

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